Multidões pedem a renúncia da Presidente Dilma Rousseff

Em Brasília, a Polícia Militar teve de usar gás pimenta para separar dois grupos de manifestantes que protestavam a favor e contra o Governo
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Manifestações a pedir a renúncia da Presidente brasileira, Dilma Rousseff, e contra a nomeação do ex-Presidente Lula da Silva para ministro da Casa Civil marcaram a noite de quarta-feira no Brasil.

De acordo com a imprensa brasileira, houve manifestações em, pelo menos, seis cidades e 'panelaços' (bater panelas em protesto) em 11 Estados.

Junto do Palácio do Planalto, sede do Governo, em Brasília, a Polícia Militar teve de usar gás pimenta e cassetetes para separar dois grupos de manifestantes que protestavam a favor e contra o Governo.

Um grupo de manifestantes contra a nomeação de Lula da Silva para o Governo tentou entrar no edifício, mas não houve violência.

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Kim Kataguiri, coordenador do Movimento Brasil Livre (MBL) que, juntamente com o Vem Pra Rua, promoveram os protestos, disse que os manifestantes não vão deixar o local "até que eles deixem o Governo".

Centenas de pessoas reuniram-se na avenida Paulista, uma das principais vias de São Paulo, bloqueando-a nos dois sentidos, enquanto gritavam pedidos de renúncia.

Cerca de dez manifestantes também protestaram em frente ao Instituto Lula, na zona sul de cidade, onde se encontrava o ex-Presidente, e gritavam ofensas como "ladrão" e "vagabundo", escreve o portal UOL.

Ainda em São Paulo, de acordo com o site G1, num evento com artistas e juristas em defesa de Lula da Silva e Dilma Rousseff, o público gritou: "Não vai ter golpe".

"Não vai ter golpe" e "a nossa bandeira jamais será vermelha" foram algumas das frases registadas em Belo Horizonte, mas ali as pessoas, cerca de 400, protestaram contra o Governo, de acordo com o UOL.

Várias zonas do Rio de Janeiro foram interditadas por causa dos protestos e, segundo a imprensa, ocorreram também manifestações em Porto Alegre e no Recife.

Em Curitiba, os protestos foram a favor do juiz Sergio Moro, responsável pela investigação Lava Jato, que trata de um esquema de corrupção em várias empresas, incluindo a petrolífera Petrobras, e que também investiga Lula da Silva.

Os 'panelaços' ocorreram em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Pernambuco, Goiás, Paraná, Pará, Bahia, Amazonas, Alagoas, Paraíba e Ceará.

Neste ambiente de protesto também não faltaram buzinões em diversas cidades do país.

A escolha do ex-chefe de Estado para um dos mais altos cargos no país é vista como uma manobra política, numa altura em que a Presidente Dilma Rousseff arrisca um processo de impugnação.

Além disso, ao entrar para o Governo, Lula da Silva, investigado no âmbito da Operação Lava Jato, passa a ter foro privilegiado, podendo apenas ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal.

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