Ministro de Bolsonaro diz que Portugal pode ajudar a redemocratizar a Venezuela
"Portugal, por causa das preocupações que tem com a população portuguesa na Venezuela, achamos que pode ajudar nesse processo de redemocratização da Venezuela", disse, à Lusa, em Brasília, o ministro das Relações Exteriores de Jair Bolsonaro, Ernesto Araújo, à margem de uma conferência de imprensa.
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou esta sexta-feira à Lusa que Portugal "pode ajudar no processo de redemocratização" da Venezuela, sensibilizando os parceiros europeus "para a urgência de uma solução".
"Portugal, por causa das preocupações que tem com a população portuguesa na Venezuela, achamos que pode ajudar nesse processo de redemocratização da Venezuela", defendeu o chefe da diplomacia brasileira, em declarações à agência Lusa à margem de uma conferência de imprensa no Itamaraty - sede do Ministério -, em Brasília.
Na opinião de Ernesto Araújo, Portugal, dado o "interesse que tem devido à grande comunidade portuguesa que reside na Venezuela, pode ajudar a sensibilizar outros países europeus para o drama que os venezuelanos estão a viver".
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"Muitos portugueses já saíram de lá, outros perderam muita coisa. É preciso sensibilizar [a Europa] para a urgência de uma solução", sustentou.
O governante brasileiro revelou ainda que falou recentemente com o seu homólogo português, Augusto Santos Silva, sobre as condições em que vivem os portugueses na Venezuela.
Ernesto Araújo disse esperar que Estados como a China e Rússia, que apoiam o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, vejam "a realidade e o sofrimento" em que o povo se encontra.
A crise política na Venezuela agravou-se a 23 de janeiro, quando Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, se autoproclamou Presidente interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó, de 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos, da Organização dos Estados Americanos (OEA), e da maioria dos países da América Latina, incluindo o Brasil, e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.Também anunciou uma amnistia aos militares e funcionários públicos que "colaborarem com a restituição da democracia".
Nicolás Maduro, de 56 anos, chefe do Estado desde 2013, denunciou a iniciativa do presidente do parlamento, no qual a oposição tem maioria, como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos da América.
A repressão dos protestos antigovernamentais da última semana provocou pelo menos 40 mortos, de acordo com dados das Nações Unidas.