Mais de 50 mil subsaarianos em Marrocos à espera de entrar em Espanha

O número é divulgado pelo "El Mundo" e representa a gravidade a que chegou a situação dos imigrantes que tentam chegar à Europa através de Espanha. Na quinta-feira, mais de 600 subsaarianos entraram à força em Ceuta. 132 imigrantes e 22 elementos da Guardia Civil ficaram feridos
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No norte de África, à espera de atravessar o estreito de Gibraltar para alcançar a Europa estarão cerca de 50 mil subsaarianos à espera. O número é avançado pelo jornal El Mundo, que cita fontes policiais para descrever a gravidade da situação que se vive atualmente em Marrocos.

"Dispostos a tudo", escreve o jornal, sobre os imigrantes que não páram de chegar ao norte de África. As autoridades avisam que as chegadas podem ser cada vez mais numerosas e as avalanches de imigrantes (ainda) mais difíceis de conter.

Exemplo disso mesmo foi o que conteceu na quinta-feira-feira quando mais de 600 imigrantes da África subsaariana entraram em Ceuta depois de saltarem a vedação da zona fronteiriça que separa a cidade autónoma de Marrocos, segundo fontes da Guarda Civil. 15 elementos da polícia espanhola e 132 imigrantes ficaram feridos.

De acordo com a Guardia Civil, 800 imigrantes participaram neste ataque e alguns usaram cal viva, lança chamas, excrementos, pedras e paus para exercer atos de violência contra as autoridades. Cinco agentes e 11 imigrantes tiveram de receber assistência no Hospital Universitário de Ceuta.

Os imigrantes entraram na zona fronteira perto da Fazenda Berrocal, onde existe uma maior facilidade para chegar ao perímetro dado que as câmaras instaladas no local não os conseguem detetar, por haver alguns pontos sem visibilidade.

Por pouco mais de uma hora, os agentes marroquinos e elementos da guarda civil tentaram conter o ataque, mas centenas de imigrantes conseguiram saltar a vedação e entrar em Ceuta.

A Guardia Civil revela que 602 imigrantes conseguiram ter acesso à cidade autónoma de Espanha, dos quais 586 estão no Centro de Permanência Temporária para Imigrantes (CETI), onde os elementos da Cruz Vermelha já haviam sido mobilizados para ajudá-los.

Durante meses não houve entradas em massa através do perímetro de fronteira e a principal via de acesso a Ceuta de Marrocos para os imigrantes era marítima.

Com Lusa.

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