Maduro expulsa portuguesa que é embaixadora da União Europeia na Venezuela
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, expulsou esta segunda-feira a embaixadora da União Europeia (UE) no país, a portuguesa Isabel Brilhante Pedrosa, horas depois de a UE sancionar 11 funcionários de Caracas.
"Quem são eles para sancionar, para se tentarem impor com a ameaça? Quem são? Basta! É por isso que decidi dar à embaixadora da UE em Caracas 72 horas para deixar o nosso país e exigir respeito da UE", disse Nicolás Maduro durante uma intervenção televisiva.
Entre 2008 e 2011, Isabel Brilhante Pedrosa, desempenhou as funções de cônsul-geral de Portugal em Caracas, período que coincidiu com o forte impulso político e económico das relações bilaterais, promovido pelos à data presidente e líder da revolução bolivariana, Hugo Chávez (1954-2013), e primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates.
A UE sancionou esta segunda-feira 11 funcionários do Governo do presidente Nicolás Maduro e de vários poderes públicos venezuelanos.
Os sancionados são acusados de "atuar contra o funcionamento democrático da Assembleia Nacional (parlamento) e de violar a imunidade parlamentar" dos deputados, inclusive do líder opositor e presidente daquele órgão, Juan Guaidó.
Em resposta, o chefe da diplomacia europeia, o espanhol Josep Borrell, prometeu medidas de "reciprocidade" para a decisão de Maduro. "Condenamos e rejeitamos a expulsão da nossa embaixadora em Caracas. Tomaremos as medidas necessárias habituais de reciprocidade", escreveu no Twitter, acrescentando que "só uma solução negociada entre venezuelanos permitirá ao país sair da sua profunda crise".
Foram sancionados os deputados Luís Parra, Franklyn Duarte e José Gregório Noriega.
Na lista estão também os procuradores Farik Mora e Dinorah Bustamante, o diretor da Comissão Nacional de Telecomunicações, Jorge Márquez, o magistrado do Supremo Tribunal de Justiça Juan José Mendoza, o auditor das despesas públicas Elvis Amoro, os membros da Assembleia Constituinte (maioritariamente composta por simpatizantes do regime) Tânia Díaz e Cladys Requena, e o secretário-geral do Conselho de Defesa da Nação, José Adelino Ornelas Ferreira.
Os sancionados estão proibidos de entrar no espaço europeu e os seus ativos ficam congelados.
(Notícia atualizada às 11.00 com reação do chefe da diplomacia europeia)