Macron mantém promessa de um serviço militar obrigatório
O presidente francês visitou hoje a base naval de Tulón, no Sul de França, onde prometeu mais dinheiro para a Defesa.
O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou hoje que mantém a sua promessa de campanha de reinstaurar um serviço militar obrigatório, ainda que em moldes diferentes do que acontecia antes de ser abolido, em 1996. O chefe do Estado não deu muitos detalhes sobre o assunto, no discurso de Ano Novo que fez aos militares na base de Tulón, mas durante a sua campanha para o Eliseu falou-se num serviço militar de até um mês que abrangeria até 600 mil a 800 mil jovens franceses por ano.
"Quero tranquilizar todos, pois [o serviço nacional universal] será levado adiante, será levado a bom porto, será conduzido pelos ministérios implicados e não simplesmente pelo ministério da Defesa, terá um financiamento ad hoc, que não terá qualquer impacto na lei de programação militar" para o período de 2019-2015, que será apresentada em breve, disse Macron, prometendo um aumento de 1,8% no Orçamento da Defesa para 2018, que será, por isso, da ordem dos 34,2 milhões de euros. O objetivo é que em 2025 a França gaste 2% do PIB no seu Orçamento de Defesa.
O discurso de Macron aos militares surge sete meses após a demissão do chefe do estado maior das Forças Armadas. Pierre de Villiers bateu com a porta depois de entrar em rota de colisão com o presidente por causa de eventuais cortes na Defesa. O chefe do Estado francês, eleito em maio de 2017 para o Eliseu, considerou agora que o investimento na Defesa deve ser uma prioridade, face a ameaças díspares que vão de conflitos convencionais até aos ataques terroristas do Estado Islâmico.
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O enquadramento do serviço militar obrigatório em França está a ser estudado por um grupo de deputados franceses, cujo relatório tem apresentação prevista para o dia 31 na Comissão de Defesa do Parlamento francês. Seguir-se-á uma fase experimental no próximo ano de 2019, disse hoje Geneviève Darrieussecq, secretária de Estado da Defesa. A França segue, assim, o exemplo da Suécia que, desde o início do ano, reintroduziu o serviço militar obrigatório para quatro mil jovens por ano. A medida seguiu-se após referendo e a crescente preocupação com a potencial ameaça russa.