Joaquim Barbosa afinal não será candidato à presidência do Brasil

"Decisão estritamente pessoal", disse o antigo presidente do Supremo Tribunal Federal que chegou a ser dado como favorito há poucas semanas.
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Joaquim Barbosa anunciou ontem que, após semanas de reflexão, decidiu não se apresentar como candidato à presidência da República do Brasil nas eleições de outubro. O antigo presidente do Supremo Tribunal Federal, que chegou a ser dado como favorito ao chegar a 10% das intenções de voto logo à primeira sondagem, partilhou a decisão no Twitter à hora de almoço em Portugal.

"Está decidido. Após várias semanas de muita reflexão, finalmente cheguei a uma conclusão. Não pretendo ser candidato a presidente da República. Decisão estritamente pessoal", escreveu Barbosa.

O juiz tinha-se filiado ao Partido Socialista Brasileiro no último dia do prazo para concorrer, a 7 de abril, e já era dado como candidato oficial do partido. Faltava apenas a oficialização - que acabou afinal por não acontecer.

Depois de João Doria, prefeito de São Paulo proveniente do mundo dos negócios, e de Luciano Huck, apresentador de programas de televisão, Barbosa preencheu o espaço dos candidatos de fora da política, considerado essencial no sufrágio de outubro, dada a desmoralização dos políticos tradicionais. Como Doria, que afinal concorrerá apenas ao governo do estado de São Paulo, e Huck, que anunciou estar fora da corrida há dois meses, Barbosa também abdica.

Rosto do combate à corrupção desde 2012 quando, enquanto relator do Escândalo do Mensalão, protagonizou o papel que o juiz Sergio Moro depois ocuparia com a Operação Lava-Jato, Barbosa foi implacável na condenação aos poderosos da época, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e outros dirigentes de peso do PT. Porém, tinha como trunfos não ser visto, ao contrário de Moro, como hostil ao PT, partido do qual foi declaradamente eleitor, e de ter percurso de vida semelhante ao de Lula.

Nascido pobre em Paracatu, Minas Gerais, trabalhou como empregado de limpeza ao mesmo tempo que estudava. Com percurso académico invejável atingiu o topo da carreira jurídica em 2014, com a presidência do Supremo Tribunal.

São Paulo

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