Vai poder voltar a caçar-se elefantes no Botswana: proibição levantada
O governo do Botswana suspendeu a proibição de caça ao elefante. Na origem da decisão está o aumento dos conflitos entre estes animais e homens, uma vez que os elefantes estão a destruir muitas plantações agrícolas, segundo a BBC.
O aumento substancial de elefantes, provocado pela proibição da caça em 2014, está a fazer com que estes se desloquem para áreas onde normalmente não chegavam. E a população queixa-se de que estão a destruir plantações e a matar pessoas. Existem cerca de 130 mil elefantes no Botswana - um terço dos elefantes africanos. A maioria vive no norte do país e desloca-se entre Namíbia, Zâmbia e Zimbabwe.
Em junho do ano passado, o presidente Mokgweetsi Masisi criou um grupo de trabalho para rever a proibição imposta pelo seu antecessor, Ian Khama. E em fevereiro, este comité recomendou a suspensão da proibição. "Recomendamos um quadro legal que permita o crescimento de uma indústria de caça de safáris e gira a população de elefantes do país dentro dos limites históricos", disse na altura o ministro do Desenvolvimento Rural,Frans Van Der Westhuizen, que presidiu ao grupo de trabalho.
Há no entanto quem não esteja de acordo com a decisão e aponte o dedo ao presidente, acusando-o de defender esta medida para aumentar a sua popularidade antes das eleições de outubro.
O turismo relacionado com a caça é a segunda maior receita do país, depois da exploração de diamantes. Até o rei emérito espanhol Juan Carlos chegou a deslocar-se ao Botswana para este efeito, numa viagem que ficou marcada pela polémica do monarca abandonar o seu país numa altura de grandes dificuldades económicas (2012).