Trump suspeito de fazer "promessa preocupante" a líder da Ucrânia
Donald Trump está envolvido em mais um caso polémico. Desta vez foi um agente dos serviços secretos dos Estados Unidos que fez uma denúncia anónima sobre uma conversa telefónica do presidente americano com o seu homólogo ucraniano Volodymyr Zelensky, na qual terá feito uma promessa "preocupante". Esta denúncia foi confirmada ao jornal The Washington Post por dois ex-funcionários do Governo, que tiveram conhecimento desta denúncia feita ao inspetor-geral Michael Atkinson no dia 12 de agosto.
Este caso faz aumentar a tensão entre Trump e os serviços secretos dos EUA e volta a colocar em causa a forma como o presidente gere as informações confidenciais, por muitos considerada como "sem sentido", quando devia obedecer às regras de uma diplomacia de alto nível. O certo é que Michael Atkinson considerou a denúncia credível ao ponto de ser tratada como uma questão de "preocupação urgente", que legalmente obriga a notificação das comissões de supervisão do Congresso.
De acordo com um resumo da conversa entre os presidentes Trump e Zelensky, o presidente norte-americano mostrou-se convicto de que a gestão do seu homólogo ucraniano, eleito em maio, iria melhorar a imagem do país, além de que estaria certo que iria investigar as denúncias de corrupção que marcavam as relações entre as duas nações.
No entanto, de acordo com membros do Governo americano responsáveis pela política externa, Rudolph Giuliani, antigo presidente do município de Nova Iorque e atual advogado de Donald Trump, terá encorajado o governo ucraniano a investigar alguns assuntos que pudessem atingir os adversários políticos de Trump e, dessa forma, ajudá-lo na sua campanha de reeleição como presidente dos Estados Unidos. Segundo esses elementos do Governo, a atuação de Giuliani criou a ideia de que o apoio de Trump a Zelensky estava dependente de o Governo ucraniano aceitar realizar essa investigação.
O jornal New York Times foi ainda mais longe nesta polémica, garantindo que a denúncia que chegou ao inspetor-geral dos serviços secretos falava em várias promessas de Donald Trump a diversos líderes de outros países, acrescentando que o telefonema com Zelensky já estaria a ser investigado pela Câmara dos Deputados, onde a oposição liderada pelo Partido Democrata tem a maioria, que teria mesmo requisitado a transcrição completa do diálogo, além de todos os nomes que participaram nesse contacto.
Entretanto, a Casa Branca não fez qualquer comentário até ao momento sobre este assunto, embora Donald Trump na sua conta de Twitter tenha garantido que nunca disse nada inapropriado nas conversas que manteve com líderes internacionais, classificando esta notícia como "outra notícia falsa".
Joseph Maguire, diretor em exercício dos serviços secretos norte-americanos, recusou-se a revelar aos parlamentares os detalhes da alegada transgressão de Trump, o que desencadeou uma controvérsia política e legal, dado origem a especulação de que ele estaria a proteger o presidente dos EUA. Ainda assim, de acordo com o deputado democrata Adam Schiff, Maguire aceitou ir à Comissão de Serviços de Informações para prestar esclarecimentos sobre este caso.
Os registos da Casa Branca indicam que o presidente Trump teve conversas telefónicas com pelo menos outros cinco lideres internacionais, além de Zelensky, nas cinco semanas anteriores à denúncia registada a 12 de agosto, sendo que uma delas foi com o presidente russo Vladimir Putin.