Trump escolhe número dois do Pentágono para secretário de Defesa interino
O presidente dos EUA anunciou o nome de Patrick Shanahan como secretário da Defesa Interino, depois da demissão de Jim Mattis, em protesto contra a decisão de Donald Trump em retirar os militares norte-americanos da Síria. Foi anunciado que Mattis deixaria o cargo em fevereiro, mas Trump antecipou a sua saída ao afirmar que o Shanahan, número dois do Pentágono, vai iniciar funções a 1 de janeiro.
"Tenho o prazer de anunciar que o nosso muito talentoso vice-secretário da Defesa, Patrick Shanahan, vai assumir o cargo de secretário da Defesa interino a partir de 1 de janeiro de 2019. O Patrick tem uma longa lista de feitos enquanto vice e, antes disso, na Boeing. Ele vai ser ótimo!", garantiu Donald Trump na rede social Twitter.
Estava previsto que o general ficasse no cargo até 28 de fevereiro, como o próprio referiu na carta que escreveu ao presdidente. No documento, Mattis insistiu na necessidade de "tratar os aliados com respeito".
"Acabei de ler a carta de demissão do general Mattis. Deixa claro que estamos a encaminhar-nos para uma série de graves erros políticos que puseram a nossa nação em perigo, prejudicarão as nossas alianças e fortalecerão os nossos adversários. Espero que aqueles que têm apoiado as iniciativas desta Administração nos últimos dois anos possam ser capazes de persuadir o presidente a seguir um caminho diferente. Mas também temos de cumprir o nosso dever constitucional de supervisionar as políticas do poder executivo", escreveu no Twitter o senador republicano Marco Rubio.
Antes de anunciar que o sucessor de Mattis era o seu vice, Shanahan, o presidente norte-americano publicou um tweet sobre o general demissionário. "Quando o presidente Obama despediu sem glória Jim Mattis, eu dei-lhe uma segunda oportunidade. Alguns acharam que não devia fazê-lo, pensei que devia. Dei-lhe todos os recursos que ele nunca teve. Aliados são muito importantes, mas não quando eles se aproveitam dos EUA", escreveu.
A saída de Mattis, segundo a análise da AP, "marca o fim da fase de 'conter e controlar' da administração Trump - uma em que generais, empresários e republicanos veteranos tiveram dificuldades em guiar o presidente e travar os seus impulsos mais disruptivos".