May: "A pior ameaça para este país não é sair da UE. É um governo Corbyn"

Primeira-ministra enfrenta ao final desta quarta-feira uma moção de censura dentro do Partido Conservador. Primeiro, participa na habitual sessão de perguntas e respostas no Parlamento.
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"A pior ameaça para este país não é sair da União Europeia. É um governo Corbyn", disse a primeira-ministra britânica, Theresa May, em resposta a uma questão do líder do Labour, durante a sessão de perguntas e respostas no Parlamento britânico.

A troca de palavras entre May e Jeremy Corbyn foi particularmente acesa, com May a acusar Corbyn de não estar interessado no Brexit, mas em derrubar o governo, semear divisão e destruir a economia. Acusou ainda Corbyn de liderar um partido que muda de opinião consoante lhe interessa.

Já o líder do Labour acusou-a de desrespeito para com o Parlamento, por ter cancelado o voto sobre o acordo do Brexit. "A questão da liderança [do Partido Conservador] é irrelevante para o país", defende Corbyn, que exige que haja um voto sobre o acordo do Brexit.

A primeira-ministra britânica enfrenta ao final do dia uma moção de censura dentro do Partido Conservador, depois de 48 deputados terem declarado ter perdido a confiança na sua liderança. Theresa May precisará de 158 votos positivos dos seus deputados para poder sobreviver ao desafio, em plena discussão sobre o Brexit.

Foi a única referência à moção de censura feita por Corbyn, com o jornalista do New Statresman, George Eaton, a lembrar porquê: May provavelmente vai ganhar a votação e a primeira-ministra poderia responder ao líder do Labour que ele perdeu o voto de confiança entre os deputados trabalhistas (172-40). Além disso, uma mudança na liderança conservadora não muda as questões básicas do Brexit.

Já o editor de Política do The Sun, Tom Newton Dunn, escreveu no Twitter que "suspeita" que Corbyn tenha ganho alguns votos a Theresa May. "Só uma questão em seis a fizeram suar."

May acusa Corbyn de querer semear o caos

Questionada pelo líder do Labour, Jeremy Corbyn, sobre o que tinha conseguido nas suas viagens às capitais europeias na terça-feira, destinada a renegociar o Brexit, May respondeu que não importava o que ela tinha conseguido, porque Corbyn já disse que votaria contra. "Tudo o que quer é semear o caos na nossa sociedade e prejudicar a nossa economia", afirmou.

Corbyn responde que é óbvio que "nada mudou" com as viagens de May pela Europa. May diz que "tive discussões com várias pessoas e houve progressos", com os deputados a reagirem negativamente. Lembra que vem aí a reunião do Conselho Europeu e que "haverá mais discussão".

Theresa May foi recebida no Parlamento com aplausos e gritos de aprovação dos deputados. A primeira-ministra começou o discurso lembrando a tragédia de Estrasburgo.

"Uma eleição geral neste momento não seria do nosso interesse", disse May, no início da sessão de perguntas e respostas no Parlamento britânico, depois de uma deputada lhe perguntar se esse cenário estava fora de questão.

A deputada Kerry McCarthy lembrou que, no ano passado a primeira-ministra disse que não haveria eleições e depois houve e que na semana passada disse que não cancelaria o voto sobre o Brexit no Parlamento e cancelou-o.

"Se quer garantir que o resultado não é sair sem acordo, então só tem que apoiar o acordo que existe", responde May a outra deputada trabalhista, que lhe pergunta se ela calará para sempre os seus críticos dentro do Partido Conservador, caso vença a moção de confiança, e se avançará para um segundo referendo.

(Em atualização)

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