Teorias da conspiração (alimentadas por Trump) após a morte de Epstein
Teorias da conspiração, partilhadas pelo presidente Donald Trump nas redes sociais, e pedidos de inquéritos independentes: a indignação está ao rubro nos EUA após a morte do Jeffrey Epstein, com muitos a acreditar num assassinato e não num suicídio na prisão, visto as ligações aos círculos de poder do milionário de 66 anos que estava detido por tráfico e abuso sexual de menores.
O secretário da Justiça dos EUA, William Barr, disse estar "chocado" com a morte e anunciou a abertura de dois inquéritos: um do FBI e outro dos serviços do próprio Departamento de Justiça. Epstein terá sido encontrado inconsciente na cela, depois de alegadamente se ter enforcado.
As dúvidas sobre a sua morte foram reforçadas pelas revelações do The New York Times, que cita anonimamente funcionários da prisão que admitiram que as medidas previstas para a vigilância do preso não tinham sido respeitadas (ele já tinha aparentemente tentado o suicídio há três semanas). As rondas, que deviam acontecer a cada 30 minutos, não aconteceram e ele estava sozinho na cela, quando as regras estabelecem que devia estar com outro preso.
Epstein, de 66 anos, era acusado de levar dezenas de jovens adolescentes para as suas mansões, nomeadamente as de Nova Iorque e Florida, e obrigá-las a fazerem-lhe "massagens" que terminavam quase sempre em sexo forçado.
Sem esperar pelos resultados das investigações, muitos querem acreditar no assassinato deste homem que convidou vários poderosos para viajarem no seu avião privado ou participarem nas suas festas -- incluindo Trump, o ex-presidente Bill Clinton ou o príncipe André, filho da rainha Isabel II. Poderosos que arriscavam ficar, se não na mira da justiça, pelo menos embaraçados pelo que poderia vir a público no julgamento.
O próprio Trump encorajou essa onda de especulação, que corre nas redes sociais com a hashtag #EpsteinMurder (homicídio de Epstein): partilhou um vídeo do ator Terrence Williams dizendo que Epstein "tinha informações sobre Clinton" e deixando entender que isso estaria relacionado com a sua morte.
Vários candidatos às primárias democratas criticaram o presidente por partilhar o tweet.
Para alimentar as teorias da conspiração, sempre prontas a atiçar as redes sociais, muitos apresentam as duas mil páginas de documentos judiciais que foram reveladas na sexta-feira, que dão contra das acusações de uma das alegadas vítimas de Epstein, Virginia Giuffre, que nomeia vários poderosos com os quais terá sido obrigada a manter relações sexuais.
Outras teorias da conspiração indicam que o suicídio terá sido forjado e que um duplo foi usado para o ajudar a fugir da prisão. A prova? Numa foto dele numa maca depois de ter sido retirado da prisão e levado para o hospital, a orelha dele parece diferente... ou o nariz.