Temer recusou jantar e passou a noite em cama improvisada

Ex-presidente brasileiro foi preso na quinta-feira por corrupção em São Paulo e transferido para a Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro.
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O ex-presidente brasileiro, Michel Temer, detido na quinta-feira por corrupção, passou a noite numa cama improvisada na sala do corregedor-geral na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro. Segundo o site do jornal O Globo, "bastante abatido", terá recusado jantar.

Temer ficou numa sala de cerca de 20 metros quadrados no terceiro andar do prédio, na Praça Mauá, que de acordo com o site G1 é uma das poucas com casa de banho privada, além de mini-bar e ar condicionado. A mesma fonte indicou que será instalada uma televisão na sala.

O juiz Marcelo Bretas suspeita que o ex-presidente fosse "o líder da organização criminosa" que atua há 40 anos no Rio de Janeiro e terá recebido 1,8 mil milhões de reais em subornos. A defesa do ex-presidente já pediu um habeas corpus.

A ideia inicial era que Temer ficasse detido no Batalhão Especial Prisional, em Niterói, mas os advogados do ex-presidente recorreram da decisão. "Entendo que o tratamento dado aos ex-presidentes deve ser isonómico [igual], uma vez que o ex-presidente Lula [da Silva] está custodiado na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba", disse Bretas na decisão.

O ex-presidente Lula da Silva está preso há quase um ano por corrupção.

De acordo com O Globo, "bastante abatido", Temer não quis jantar. "Os policiais federais chegaram a oferecer comida (que pode ser solicitada por telefone ou comprada facilmente nos restaurantes próximos), mas o ex-presidente disse que estava sem fome", escreveu o jornal.

O ex-presidente recebeu a visita, ainda na quinta-feira à noite, do ex-ministro da Secretaria do Governo, Carlos Marun. "O presidente encontra-se, obviamente, surpreso, indignado. É um homem que tem conhecimento jurídico, conhece o direito e sabe da absoluta improcedência, irrazoabilidade e ilegalidade da decisão que determinou a prisão preventiva", afirmou à saída, dizendo contudo que Temer está a ser tratado com dignidade e respeito.

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