Autorização para Lula sair só chega depois do funeral do irmão
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou Lula da Silva a comparecer ao enterro do irmão, falecido na terça-feira de manhã, mas a decisão só foi tornada pública instantes depois do sepultamento em São Bernardo do Campo, perto de São Paulo, de Genival Inácio da Silva, conhecido como Vavá, falecido terça-feira vítima de cancro aos 79 anos. Por isso, o antigo presidente declinou viajar.
Segundo Dias Toffoli, presidente do STF e em simultâneo o juiz de plantão, Lula poderia encontrar-se com os familiares em Unidade Militar em São Bernardo. O juiz proibira o uso de telemóveis e outros meios de comunicação, bem como a presença de imprensa e declarações públicas. A justificação era a manutenção da segurança do ex-presidente, dos presentes e dos agentes públicos que o acompanharem.
O antigo presidente havia recorrido ao organismo, depois de ver indeferido o pedido pelas primeira e segunda instância, as mesmas que o condenaram a 12 anos e um mês por corrupção e lavagem de dinheiro.
No pedido da defesa de Lula, era lembrado que os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os presos provisórios podem obter permissão para sair da cadeia, desde que escoltados, quando há o falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão.
Os advogados do ex-presidente ainda relembraram episódio de 1980, quando mesmo preso durante a ditadura militar, Lula obteve autorização para comparecer ao velório da mãe, Eurídice Ferreira Mello, a Dona Lindu.
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que esteve a exercer a presidência nas últimas 24 horas, em virtude da operação a que Jair Bolsonaro foi submetido, considerara a sua presença "uma questão humanitária".
Em São Paulo