Princesa, ícone de moda e irmã de Jackie Kennedy. Morreu Lee Radziwill

Quatro anos mais nova que a irmã, Lee Radziwill nunca se conseguiu libertar completamente da sua sombra. Morreu na sexta-feira aos 85 anos
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Lee Radziwill morreu na sexta-feira em Manhattan. Tinha 85 anos. A sua família confirmou a sua morte, por causas naturais, num comunicado citado pela CNN. "Detalhes acerca do funeral serão disponibilizados em breve", acrescentava.

Nasceu como Caroline Lee Bouvier em Manhattan a 3 de março de 1933, quatro anos depois da sua irmã Jacqueline, de cuja sombra nunca se conseguiu libertar, embora tenha dito "não ser a irmã mais nova de ninguém". Numa entrevista tardia que deu em 2013 ao New York Times falava da relação ambígua com Jackie. "É engraçado como eu tive sorte por haver tanto interesse na minha irmã. Por vezes era irritante, por vezes era engraçado. Talvez o mais deprimente fosse que, o que quer que eu fizesse, ou tentasse fazer, tinha uma cobertura desproporcionada meramente porque a Jackie era minha irmã. Mas aprendemos a lidar com o escrutínio, e até com as mentiras, desde que não seja mal-intencionado."

Além de socialite e ícone de moda, tendo figurado nas listas das mais bem vestidas do mundo durante anos, foi atriz, designer de interiores e diretora de relações públicas da Giorgio Armani. O designer de moda descreveu-a à WWD lembrando que, quando a conheceu, nos anos 1980, teve a impressão de que "ela representava uma ironia muito contemporânea acerca da aristocracia americana, que é quase impossível definir. Combina à-vontade com sofisticação, espontaneidade e respeito pelas regras".

Lee casou três vezes: primeiro com Michael Temple Canfield, filho adotivo do chairman da editora Harper & Brothers, casamento que viria a ser anulado pela Igreja Católica, em 1959 com o príncipe polaco Stanislas Radziwill, 20 anos mais velho, com quem teve dois filhos, e com o realizador Herbert Ross, de quem se divorciaria em 2001.

Sobretudo antes e durante o período em que Jackie viveu na Casa Branca as duas foram bastante próximas. Em 1962 tiraram um mês de férias juntas e viajaram pela Itália, Índia e Paquistão. A primeira filha dos Kennedy chama-se Caroline justamente numa referência a Lee, que é, na verdade, Caroline Lee.

Lee Ratziwill esteve ao lado da irmã durante as cerimónias fúnebres e o período que se seguiu à morte de John Kennedy. Radziwill ajudou Jackie depois a estabelecer-se numa apartamento em Nova Iorque, na Quinta Avenida, próxima de outro que esta acabara de comprar.

Aristotle Onassis, com quem Jackie viria a casar, o magnata grego, era um amigo próximo dos Radziwills. As relações entre as duas irmãs ter-se-ão tornado tensas depois do envolvimento deste com Jackie. Diz-se que Lee e Onassis teriam mantido um caso amoroso antes de este se envolver com a sua irmã e casar com ela em 1968, na ilha privada do magnata, Skorpios, numa cerimónia em que Lee esteve presente.

Entre os seus amigos Radziwill contava personalidade como os bailarinos Rudolf Nuryev e Margot Fonteyn, o escritor Truman Capote, ou o artista Andy Warhol.

Em 1967 estreou-se como Tracy Lord, a socialite mimada em The Philadelphia Story, de Philip Barry. A estreia foi em Chicago, com um enorme circo mediático montado em torno da irmã de Jackie Kennedy. Contudo, as críticas à sua atuação foram arrasadoras, recorda neste fim de semana o New York Times. As participações que se seguiram no cinema não correram melhor.

Em 1972, as duas irmãs passaram um verão em família na propriedade de Andy Warhol em Montauk, captado pela câmara do cineasta Jonas Mekas, que havia sido contratado por Jackie para ensinar os seus filhos a fotografar e filmar. Desse verão resultou o pequeno documentário de Mekas This Side of Paradise, que data de 1999.

Em 2001, Lee Radziwill publicou o livro de memórias Happy Times, em que recordava os primeiros tempos da vida das irmãs Bouvier.

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