Bolsonaro dá luz verde a posse de armas e ações de empresas disparam

Presidente do Brasil assinou esta terça-feira o decreto que irá flexibilizar as regras para a posse de armas de fogo no país, uma das suas bandeiras durante a campanha eleitoral. Bolsa reage empresas de ações de empresas de armas valorizam
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Jair Bolsonaro assinou esta terça-feira, numa cerimónia no Palácio do Planato, em Brasília,o decreto que irá flexibilizar a pose de armas de fogo no Brasil. O decreto deverá ser publicado na edição extra do "Diário Oficial da União" e deverá entrar em vigor imediatamente.

"Como o povo soberanamente decidiu por ocasião do referendo de 2005, para lhes garantir esse legítimo direito à defesa, eu, como Presidente, usarei esta arma", disse Jair Bolsonaro, referindo-se à caneta para assinar o decreto.

"O povo decidiu comprar armas e munições e não podemos negar o que o povo quis naquele momento. O decreto trata da posse de armas de fogo", acrescentou o chefe de Estado brasileiro.

A flexibilização da posse de armas de fogo foi uma das bandeiras da campanha presidencial de Bolsonaro, que prometeu reforçar o combate à violência no Brasil onde, em 2017, 63.880 pessoas foram assassinadas.

A nova legislação permitirá ter armas em casa aos brasileiros que são agentes públicos ativos ou reformados, militares e quem reside em áreas rurais ou em áreas urbanas com elevados índices de violência.

Donos de estabelecimentos comerciais ou industriais, colecionadores e caçadores registados no Comando do Exército também poderão ter armas em casa.

As pessoas que não se encaixam nestes casos poderão ter armas se comprovarem a existência de um cofre ou um local seguro para armazenar as armas e munições.

Ações de maior maior fabricante sobem na Bolsa

Embora o Presidente brasileiro tenha afirmado que quer garantir o direito de legítima defesa, esta medida não tem apoio da maioria da população e tem sido muito contestada nas ruas e nos debates públicos.

Uma sondagem divulgada em 31 de dezembro pelo Instituto Datafolha indicou que 61% dos brasileiros consideram que a posse de armas de fogo deve ser proibida no país porque pode representar uma ameaça à vida de outras pessoas.

Uma hora depois da assinatura do decreto, a revista Veja fazia uma notícia a informar que as ações da maior empresa fabricante de armamento, a Taurus, subiam mais de 5%. Pouco depois valorizavam de novo, subindo para 5,18%.

Depois surgiam as notícias que mais de 80% da população dos estados com mais violência, por exemplo o Ceará, terão direito à posse de arma de fogo. No Ceará, são pelo menos 154 municípios com mais de 10 homicídios por 100 mil habitantes.

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