Mais de 50 migrantes morrem em naufrágio no Mediterrâneo
Pelo menos 50 migrantes morreram esta sexta-feira na sequência de um naufrágio ao largo da costa da Tunísia, no mar Mediterrâneo, enquanto seguiam num barco que deixou a Líbia em direção à Europa, adianta as Nações Unidas (ONU). A agência estatal Tunis Afrique Presse (TAP) escreveu mesmo que morreram pelo menos 70 pessoas, naquele que foi um dos mais mortais naufrágios envolvendo migrantes que tentavam chegar à Europa.
A organização internacional para as migrações disse que o barco afundado partiu no mar da vizinha Líbia, onde nas últimas semanas a guerra entre fações rivais ganhou nova força na capital Tripoli. Segundo a agência tunisina, o barco afundou a cerca de 65 quilómetros da costa de Sfax, a sul da capital Tunes, com barcos de pesca a resgatarem os sobreviventes.
O Ministério da Defesa da Tunísia informou em comunicado que o barco tinha o objetivo de chegar a Itália e que as autoridades tinham recuperado somente três corpos até agora.
De acordo com a TAP, a embarcação, um bote insuflável, foi avistado por navios de pesca locais quando navegava à deriva em águas internacionais, a cerca de 65 quilómetros da cidade de Sfax, capital económica da Tunísia.
Os pescadores notificaram a marinha tunisina, que conseguiu ainda resgatar 16 pessoas com vida, a maioria destas de países da África Subsaariana, que foram transferidos para um hospital local.
No final de abril, o primeiro-ministro da Tunísia, Youssef Chahed, manifestou-se preocupado com o aumento das chegadas de migrantes provenientes da Líbia, país vizinho envolvido numa guerra civil desde 2011.
"Tememos que a experiência de 2011, com a chegada de refugiados na Tunísia, se repita", disse o chefe do Governo, em referência aos combates que ocorreram há um mês em Trípoli entre o Governo reconhecido pela ONU e as forças do marechal Khalifa Haftar, o homem forte do país.
A costa ocidental da Líbia é o principal ponto de partida para migrantes de toda a África que esperam alcançar a Europa ao pagar a traficantes de seres humanos. Porém, o número de migrações tem vindo a cair devido a um esforço liderado por Itália para interromper as redes de contrabando e apoiar a guarda costeira da Líbia.
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