Partidos árabes apoiam Benny Gantz para primeiro-ministro de Israel
O presidente de Israel, Reuven Rivlin, começou hoje a ouvir os partidos políticos para designar o próximo primeiro-ministro, que na sequência dos resultados das eleições de terça-feira passada, terá de chefiar um governo de coligação.
De acordo com os resultados eleitorais, nem Benny Gantz nem o primeiro-ministro cessante, Benjamin Netanyahu, estão em condições de conseguir os 61 lugares que constituem a maioria absoluta no parlamento.
Num artigo de opinião publicado no jornal New York Times, minutos antes do seu encontro com o presidente israelita, o cabeça de lista dos deputados árabes, Ayman Odeh, anunciou que apoiaria Benny Gantz para chefiar o próximo governo.
"Em nome da Lista Unida, recomendo que o presidente de Israel escolha Benny Gantz, dirigente do partido centrista Azul e Branco, para ser o próximo primeiro-ministro (...) e criar a maioria necessária para impedir Netanyahu de ter um novo mandato", escreveu no jornal norte-americano.
"Deve ser o fim da sua carreira política", disse Ayman Odeh.
O partido Balad, que faz parte da Lista Unida e que tem três representantes no parlamento, indicou, entretanto, que não apoia esta recomendação.
Mesmo com o apoio total da Lista Unida, o partido de Benny Gantz, que obteve 33 lugares num parlamento com 120 deputados, só contaria com o apoio de 57 parlamentares.
Netanyahu, líder do Likud, conseguiu 31 lugares, podendo vir a obter o apoio de 55 deputados.
Após as legislativas de abril, um resultado muito semelhante ao de terça-feira impediu Netanyahu de formar um governo e conduziu à realização destas eleições.
Avigdor Lieberman, ex-ministro da Defesa e atual líder do Israel Beiteinu, uma formação nacionalista laica, anunciou hoje em conferência de imprensa que não vai recomendar para primeiro-ministro nem Gantz nem Netanyahu.
Nos próximos dias, o presidente Rivlin terá um papel fundamental na escolha do encarregado de formar governo.
"Estou convencido que é preciso formar um governo estável com os dois grandes partidos", afirmou hoje.