Pais de Julen, o menino que caiu ao poço, esperam terceiro filho
Em janeiro deste ano, durante duas longas semanas, o mundo olhou com um misto de terror e esperança para Málaga, onde bombeiros, polícias e equipas especiais de mineiros tentavam retirar de um poço o pequeno Julen Roselló, depois de o menino de dois anos ter caído num buraco com 70 metros de profundidade e apenas 25 centímetros de diâmetro. Uma corrida contra o tempo que implicou a construção de um segundo túnel, mas que terminou da pior maneira: o corpo de Julen foi encontrado sem vida ao fim de 13 dias. Terá morrido logo após a queda.
Para os pais, Vicky e José, a perda de Julen veio adensar a tragédia que já tinham vivido com o filho mais velho, Oliver, que morreu subitamente em 2017, aos três anos. Agora, a mãe - que já tinha dito que prometera dar um "um irmãozinho" a Julen e que iria cumprir a promessa - anunciou que está grávida do terceiro filho.
Em entrevista ao jornal ABC, Victoria Garcia diz não saber ainda se é menino ou menina, mas que tanto faz. Os pais, que tatuaram no corpo o rosto dos dois filhos, dizem que tentam não recordar as duas semanas do resgate de Julen, que têm ataques de ansiedade, mas agradecem às equipas que ali "deixaram a pele" a tentar resgatar a criança de dois anos, embora critiquem a falta de informação que lhes era dada por aqueles dias e a demora no arranque inicial da operação. Vicky, como é conhecida, diz que chegou a dizer aos polícias que não tinha morto o filho, numa altura em que as autoridades usavam cães pisteiros para tentar localizar a criança. As buscas só se concentraram definitivamente no poço quando foi encontrado cabelo no poço e os exames de ADN comprovaram que era do menino.
O dono da quinta onde Julen caiu ao poço - que não tinha licença municipal e não estava sinalizado - está acusado por homicídio por negligência grave, um crime punível com pena de um a quatro anos de prisão. A acusação pede três anos e meio. David Serrano disse em audiência que advertiu os pais de Julen para os perigos da existência de um poço na propriedade, o que é desmentido pelos pais, que garantem que não sabiam da existência do poço.