Netanyahu com via aberta para o quinto mandato
O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu garantiu o apoio dos partidos da direita religiosa para obter uma maioria parlamentar e formar governo. Com mais de 97% dos votos contados, o partido Likud, de direita, obteve 29,2% dos votos - exatamente igual à coligação Azul e Branco, liderada por Benny Gantz - e deverá juntar forças com os restantes partidos à sua direita, assegurando 65 dos 120 lugares do Knesset. Se for nomeado primeiro-ministro do próximo governo de coligação, Netanyahu iniciará o seu quinto mandato e em julho irá ultrapassar o tempo de serviço como governante de David Ben-Gurion, um dos fundadores do Estado de Israel.
O presidente Reuven Rivlin informou através do Twitter que iria começar a reunir-se na próxima semana com os partidos políticos que conquistaram assentos parlamentares para ouvir quem apoiam para primeiro-ministro.
As reuniões vão ser transmitidas ao vivo "para garantir a transparência" e de seguida vai escolher o líder partidário com melhores condições para formar governo.
Apesar do empate técnico com a coligação Azul e Branco, o Likud ganhou cinco lugares em comparação com as eleições de 2015.
"É uma noite de vitória colossal", disse Netanyahu, de 69 anos, aos apoiantes na sede do Likud, em Telavive. "É um mágico!", cantou a multidão em resposta.
Personalidade controversa, Netanyahu, de 69 anos, enfrenta uma possível acusação na justiça em três casos de corrupção.
O seu opositor, o ex-chefe do Estado-Maior do exército Benny Gantz, disse "aceitar a decisão da nação" e prometeu manter a coligação mesmo na oposição. "Vamos manter-nos juntos. Este é o primeiro dia da próxima década em que vou servir o povo de todas as formas que puder", declarou.
"Os céus podem parecer nublados... mas não podem esconder o sol da esperança que trouxemos ao povo e à sociedade israelita", afirmou numa carta aberta aos apoiantes.
Durante a campanha, Netanyahu destacou sua estreita relação com o presidente dos EUA, Donald Trump, que reconheceu Jerusalém como a capital de Israel em 2017 e transferiu para lá a embaixada dos EUA. Há duas semanas, com Netanyahu ao seu lado, Trump reconheceu a soberania de Israel sobre os Montes Golã ocupados à Síria na sequência da guerra dos seis dias, em 1967.
Donald Trump reagiu à provável coligação encabeçada por Netanyahu como um "bom sinal para a paz", em declarações aos jornalistas na Casa Branca.