Movimento 5 Estrelas: Di Maio pede moção de confiança após derrota nas europeias
O líder do Movimento 5 Estrelas (M5E) e vice-primeiro-ministro italiano, Luigi di Maio, vai sujeitar-se a uma moção de confiança entre os militantes do partido, depois da derrota nas eleições europeias. A votação será feita online, esta quinta-feira, entre as 10.00 e as 20.00 locais.
O M5E passou de ser o partido mais votado em Itália para a terceira posição, atrás da Liga (seu parceiro de governo) e do Partido Democrático. Teve 17,1%, metade dos votos que tinha conquistado nas eleições legislativas, há pouco mais de um ano. Por seu lado, a Liga, de Matteo Salvini, duplicou os votos para 34,3%.
"Hoje, tenho o direito de saber o que pensam das minhas ações. Quero ouvir a voz dos cidadãos que me elegeram como líder político há alguns anos", escreveu Di Maio numa mensagem no Facebook, dizendo que os militantes são "os únicos aos quais tenho que dar conta do meu trabalho".
"Nas últimas 48 horas disseram tudo contra mim. Declarações de todo o tipo, de todos os lados. Também li as vossas muitas mensagens. Algumas de encorajamento, outras que me fizeram pensar. E agradeço-vos por isso", referiu, dizendo que nunca fugiu das suas responsabiidades.
"Ao contrário de alguns, mas como muitos de vós, não parei por seis anos e acredito que sempre honrei os meus deveres, sempre tendo em conta todos os membros e ativistas do Movimento", escreveu na entrada do seu blogue. "Nunca me poupei em nenhuma campanha eleitorial. Sempre dei tudo, até quando ninguém acreditava em mim"; acrescentou.
Di Maio, que além de vice-primeiro-ministro é ministro do Desenvolvimento Económico, do Trabalho e das Políticas Sociais, assumiu a liderança do Movimento 5 Estrelas a 23 de setembro de 2017, sucedendo ao fundador Beppe Grillo. É deputado desde 2013, tendo sido vice-presidente da Câmara dos Deputados entre 2013 e 2018.
O mau resultado nas europeias deixa o M5E sob pressão a nível de governo, perdendo força para a Liga de Salvini. Este reiterou que ia contudo manter a aliança governamental após as europeias, lembrando contudo que com esta votação os italianos lhe dão um mandato para pressionar a União Europeia para mudar as regras orçamentais e aprovar os cortes de impostos que defende.