Líder da extrema-direita inglesa banido do Facebook e Instagram

Depois de publicações que encorajavam os apoiantes a "aterrorizar e a decapitar" os seguidores do Alcorão e a "entrar em guerra" contra os muçulmanos, Tommy Robinson foi banido do Facebook e Instagram
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Tommy Robinson, fundador do movimento de extrema-direita English Defence League foi banido permanentemente do Facebook e Instagram, por repetidamente quebrar as políticas das redes sociais sobre o discurso de ódio. O líder da extrema-direita foi acusado pela empresa de apelar publicamente à violência, assim como de apoiar grupos de ódio organizado.

"Quando ideais e opiniões ultrapassam os limites e instigam discurso de ódio podem criar um ambiente de intimidação e exclusão para certos grupos na sociedade - em alguns casos com potenciais implicações perigosas - e nós tomamos medidas", pode ler-se na justificação publicada esta terça-feira para a expulsão de Tommy Robinson.

"A página de Tommy Robinson repetidamente quebrou esses padrões, ao postar material que recorria a linguagem desumana e que apelava a violência contra muçulmanos. Ele também violou as nossas políticas em torno do ódio organizado," segundo o Facebook.

Stephen Christopher Yaxley-Lennon, que se dá a conhecer com o nome fictício Tommy Robinson, é o fundador da English Defence League, um movimento anti-islâmico e anti-imigração conhecido pelos seus violentos protestos. Foi ainda apoiado por nomes sonantes na extrema-direita, como Geert Wilders e Steve Bannon. O norte-americano disse mesmo, num programa de rádio britânico, "se vocês perderem tipos como Tommy Robinson não vão ter um país".

Segundo o jornal britânico The Guardian, odesrespeito pela política contra o discurso de ódio do Facebook era constante, onde se destacava uma publicação a encorajar pessoas a aterrorizar e a decapitar aqueles que seguissem o Alcorão e outra a urgir a população a "entrar em guerra" com os muçulmanos.

Robinson, que já tinha sido banido do Twitter, vê-se agora expulso das duas redes sociais proeminentes, Instagram e Facebook, ficando reduzido ao Youtube. O ativista extremista é conhecido em solo britânico por se assumir como opositor aos meios de comunicação tradicionais, declarando-se uma vítima de uma campanha de difamação que pretendia afastar os seus pontos de vista dos principais meios de comunicação.

Depois de ter sido banido do Facebook, Robinson recorreu ao Instagram para acusar a empresa de trabalhar em conjunto com os meios de comunicação para o censurar. "Se isto não são todas as provas que vocês precisam de que eles estão a trabalhar juntos com os media, eles apagaram-me do Facebook e agora, supostamente, estão apagar-me do Instagram." Acabou por deixar um apelo aos seus apoiantes, para juntos "lutarem contra este tipo de censura", pode ler-se no The Guardian.

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