Juncker rejeita extensão curta e May tem nova baixa no governo

Secretário de Estado para o Brexit demite-se em desacordo com a primeira-ministra britânica. Presidente da Comissão Europeia não aceita novo adiamento curto da saída da UE.
Publicado a
Atualizado a

A estratégia de Theresa May em pedir uma nova extensão do Artigo 50.º e de se reunir com o líder da oposição Jeremy Corbyn para tentar chegar a acordo teve como consequência a demissão de dois secretários de Estado. Depois de ontem Nigel Adams, secretário de Estado para o País de Gales ter batido com a porta porque May decidiu "negociar com um marxista", nesta quarta-feira foi a vez de Chris Heaton-Harris.

Secretário de Estado para o Brexit desde julho de 2018, este "entusiasta do Brexit" - como é apelidado pelo Guardian - explicou na carta enviada à primeira-ministra que acreditava na saída no dia 29 de março e em consequência "não pode apoiar qualquer extensão adicional".

Como responsável pelos preparativos em caso de saída sem acordo, afirmou que o país está mais bem preparado para o no deal do que se pensa. "Embora tivesse preferido deixar a União Europeia com o seu acordo, acredito sinceramente que o nosso país teria ultrapassado rapidamente quaisquer dificuldades imediatas de sair sem um acordo e continuado a prosperar", escreveu.

Com Heaton-Harris somam-se 13 saída do governo só em 2019 de dirigentes em desacordo com a governante.

Juncker retira espaço de manobra

Os obstáculos para May não estão apenas em Londres. Em Bruxelas, o presidente da Comissão Europeia disse que 12 de abril é o prazo final para a Câmara dos Comuns aprovar o acordo de retirada. "Se não o tiver feito até lá não será possível mais nenhuma extensão curta. Após 12 de abril pomos em risco as eleições europeias ameaçando dessa forma o funcionamento da União Europeia", disse Jean-Claude Juncker no Parlamento Europeu, num debate sobre o Brexit.

Sobre a eventualidade da saída sem acordo, o luxemburguês lembrou que um Brexit "sem acordo não significa sem compromissos". "O Reino Unido será mais afetado do que a União Europeia porque não existe uma saída sem acordo gerida ou negociada e não existe uma transição sem acordo. E, aconteça o que acontecer, espera-se que o Reino Unido resolva as três principais questões da separação." Essas questões são o pagamento de 39 mil milhões de libras, proteger os cidadãos europeus no Reino Unido e evitar uma fronteira física com a República da Irlanda.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt