Forças Democráticas Sírias anunciam fim do "califado" do Estado Islâmico no país
As Forças Democráticas Sírias (FDS), apoiadas pela coligação internacional liderada pelos EUA, anunciaram este sábado o fim do "califado" do Estado Islâmico, após a derrota naquele que era considerado o último reduto `jihadista`, no Bagouz, na Síria.
"As Forças Democráticas da Síria declaram a total eliminação do autoproclamado califado e a derrota territorial de 100% do Isis [o grupo IS]", escreveu no Twitter Mustafa Bali, porta-voz das FDS. Neste dia único, lembrou, são homenageados "milhares de mártires cujos esforços tornaram possível a vitória".
No auge, o autoproclamado Estado Islâmico chegou a controlar uma área equivalente à Grã-Bretanha, ou seja, 209 mil quilómetros quadrados, no Iraque e na Síria, abrangendo cerca de dez milhões de pessoas - o equivalente a toda a população de Portugal. Nos últimos meses, os militantes do grupo extremista estavam agarrados a uma área com menos de 700 metros quadrados, onde foram resistindo aos sucessivos ataques das FDS.
Agora, e apesar de perder os territórios, o El continua a ser visto como uma ameaça a nível global. De acordo com os EUA, ainda existem entre 15.000 e 20.000 seguidores armados ativos, muitos deles em células adormecidas na Síria e no Iraque.
Segundo o Guardian, pelo menos 6 mil curdos e 2 mil combatentes árabes das FDS morreram nos últimos quatro anos na campanha militar contra o autoproclamado Estado Islâmico na Síria, além dos militares que morreram na fronteira com o Iraque, sendo que é expectável que o número de civis mortos nos dois países seja bastante superior às estatísticas oficiais.
De acordo com a mesma fonte, o anúncio da vitória em Bagouz - que já estava a ser preparado há semanas - foi enfraquecido pelos relatos de disparos e bombardeamentos na zona leste da cidade. Na sexta-feira, conta o Guardian, Kino Gabriel, um outro porta-voz das FDS, anunciou que as forças de limpeza para expulsar os `jihadistas` escondidos nas cavernas ainda estavam a decorrer.
Fazendo milhares de mortos, não só no Iraque e na Síria, mas também em países como França, Alemanha e Espanha, por exemplo, o grupo terrorista islâmico de inspiração sunita espalhou medo, terror, ódio e derramou sangue de inocentes ao longo dos últimos anos.
Sucessor da Al-Qaeda do Iraque, aproveitou a brecha dos protestos da Primavera Árabe contra Bashar al-Assad para se expandir para a Síria, obrigando a bombardeamentos de uma coligação internacional liderada pelos EUA e a uma perseguição às suas fontes de financiamento, como o petróleo, por exemplo, mas também aos seus apoiantes. Várias vezes se referiu a Arábia Saudita. E países do Golfo.
Na Síria, os habitantes sempre os encararam como mercenários, que vêm e vão, enquanto há dinheiro. Depois desaparecem. Milhares de europeus juntaram-se aos terroristas do Estado Islâmico. Uns morreram. Outros voltaram a casa. Outros querem voltar e não os deixam.
No auge do Estado Islâmico, o grupo terrorista chegou a contar com 40 mil combatentes oriundos de países estrangeiros, entre os quais Rússia, Arábia Saudita, Tunísia, França, Marrocos, Alemanha, Jordânia, Reino Unido, Usbequistão, Turquia, Reino Unido e, até mesmo, Portugal.