Existem quase 3500 aplicações para 'stalkers' na Play Store. E a Google lucra
Existem mais de três mil aplicações na Play Store (loja) da Google que permitem a quem as adquire saber todos os passos de outra pessoa. De acordo com o jornal The Times, segundo a lei britânica, é bastante provável que seja ilegal monitorizar um adulto que não seja funcionário ou colaborador de um determinado sítio. E certo é que a Google está a lucrar diretamente da venda deste tipo de apps e serviços, utilizados por stalkers (perseguidores, em português), maioritariamente homens, para espiar, também na maioria, mulheres.
O mesmo jornal refere que, só no Reino Unido, estas aplicações estão a ser usadas para monitorizar 10 mil mulheres todos os anos. No entanto, Victoria Charleston, da Suzy Lamplugh Trust, organização que ajuda vítimas de stalking, avança que embora das 3062 pessoas que pediram ajuda apenas 1,6% se tenha dito vítima das polémicas aplicações, o número será muito superior. Porquê? Muitas vítimas nem sabem que têm aplicações deste género instaladas no telemóvel.
E as informações disponibilizadas são muitas. Custando até 34 euros por mês - entre 15% a 30% do valor fica para a Google - a partir do momento em que são instaladas num telemóvel, estas aplicações permitem o acesso a localização através de GPS, mensagens privadas, registo de chamadas e até acesso à câmara e microfone do aparelho em questão. E quantas são no total? Segundo o jornal britânico, na loja da Google investigadores norte-americanos identificaram 3450 aplicações capazes de espiar alguém, 500 na App Store da Apple e ainda 24 em sites independentes.
Com a maioria das aplicações a apresentar-se como ferramenta para que pais monitorizem os filhos, desde que a divulgação da pesquisa, a Google bloqueou os anúncios que apareciam em pesquisas que pudessem indicar qualquer tipo de abuso. Por exemplo, existiam vários que apareciam depois de pesquisas como "como apanhar uma namorada que trai". Foram também removidas várias aplicações, por violarem as regras de publicidade da Google. Além disso, ainda terão sido feitas mudanças na forma como algumas aplicações funcionavam sem que o dono do telemóvel se apercebesse da "espionagem".