EUA criticam apoio dos países do G7 por ignorarem Governo brasileiro
Os EUA expressaram quarta-feira a sua disponibilidade para ajudar o Brasil a combater os incêndios na Amazónia, mas criticaram o apoio financeiro oferecido pelos países do G7 por não terem consultado o Governo brasileiro.
Esta posição foi expressa nas redes sociais pelo porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Garrett Marquis: "Os EUA estão prontos para ajudar o Brasil nos esforços de combate aos incêndios na Amazónia. [Mas] não concordamos com a iniciativa do G7, que falhou em consultar o Governo de Jair Bolsonaro."
Segunda-feira, o presidente francês anunciou que o grupo das sete nações mais industrializadas do mundo - incluindo os EUA - disponibilizava uma ajuda imediata de 20 milhões de dólares (17,95 milhões de euros) para combater os incêndios na maior floresta tropical do mundo, mas Jair Bolsonaro declarou que só aceitaria a ajuda se o homólogo francês pedisse desculpas pelo "insultos".
Emmanuel Macron admitiu mesmo a possibilidade de vetar o acordo comercial entre a UE e o Mercosul devido às reações do governo Bolsonaro sobre a matéria. Mas essa posição levou vários brasileiros a acusar o presidente francês de estar a proteger os produtores de gado gaulês, potencialmente afetados pelas exportações de carne brasileira para o mercado europeu.
Na cimeira do G7, realizada durante o fim de semana em Biarritz (França), Emmanuel Macron questionou a estratégia do Governo brasileiro sobre a Amazónia e colocou mesmo a questão de o problema ter um estatuto internacional, por afetar o planeta e não apenas um país.
Trump, por sua vez, elogiou os os esforços do seu homólogo brasileiro, Jair Bolsonaro, no combate aos incêndios na Amazónia.
Donald Trump usou a sua conta pessoal no Twitter para congratular Jair Bolsonaro sobre a forma como tem reagido aos incêndios na Amazónia, considerando que o seu trabalho tem sido "muito bom para o povo brasileiro".
O número de incêndios no Brasil aumentou 83% este ano, em comparação com o período homólogo de 2018, com 72.953 focos registados até 19 de agosto, sendo a Amazónia a região mais afetada.
A Amazónia, a maior floresta tropical do mundo e com a maior biodiversidade registada numa área do planeta, tem cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados e inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (pertencente à França).