Editor de jornal do Alabama apela a Ku Klux Klan para enforcar democratas
O editor de um jornal local do estado de Alabama, no sul dos EUA, está debaixo de fogo por escrever um editorial em que pede linchamentos em massa de pessoas democratas, tanto dos democratas Republicanos como dos Democratas, pelo Ku Klux Klan (KKK).
O artigo de opinião é exclusivo da edição impressa do jornal, confirmou o próprio autor, Goodloe Sutton, que escreveu que os democratas vão aumentar os impostos e que o KKK deveria enforcá-los e atacar Washington DC. Políticos de Alabama pediram a Sutton que se demita e já foram retirados prémios que, no passado, tinham sido atribuídos ao jornalista. Sutton não é um jornalista qualquer, é conhecido nos EUA e era elogiado pela sua ética por outros meios de comunicação, incluindo o New York Times e a American Journalism Review.
O KKK é um dos grupos de supremacia branca mais antigos dos EUA, formado logo após a guerra civil. O grupo esteve por trás de muitos dos linchamentos e ataques violentos contra afro-americanos durante o século XX.
O editorial começou a chamar a atenção na internet depois de alunos da Universidade de Auburn, no Alabama, terem colocado no Twitter fotografias do artigo.
A peça editorial foi publicada sem assinatura no dia 14 de fevereiro e estava intitulada: "Klan precisa de agir de novo".
"É tempo para o Ku Klux Klan voltar a atuar à noite", dizia o artigo, fazendo referência aos ataques terroristas do KKK às comunidades negras. "Os democratas do Partido Republicano e dos Democratas estão a planear o aumento dos impostos no Alabama. Essa ideologia socialista-comunista soa bem para os ignorantes e os simplórios", lia-se no artigo.
Sutton confirmou depois ao Montgomery Advertiser que tinha sido ele a escrever o artigo. "Se conseguíssemos fazer o Klan ir até lá e limpar DC, todos estaríamos melhor", disse. "Vamos pegar as cordas, enlaçá-las num galho alto e pendurar todos nelas. Não é apelar a linchamentos dos americanos. É de socialistas-comunistas de que estamos a falar." Disse ainda ao jornal que não acredita que o Klan seja uma organização violenta.
De acordo com o Southern Poverty Law Center, existem atualmente cerca de 5000 a 8000 membros do KKK nos EUA. Durante o auge do Klan nos anos 1900, havia quatro milhões de membros.