Economia do Brasil cresce 0,4% no segundo trimestre do ano
O órgão estatal de pesquisa do Brasil destacou que a subida foi alimentada pelo desempenho positivo dos setores da indústria e serviços, que subiram, respetivamente, de 0,7% e 0,3% de abril a junho. Já a agropecuária caiu 0,4%. Em comparação com igual período de 2018, o PIB brasileiro subiu 1%. Nos seis primeiros meses do ano, a subida é de 0,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em valores correntes, a riqueza produzida no país totalizou 1,78 biliões de reais (390 mil milhões de euros, na cotação de hoje).Os resultados demonstraram fraqueza na recuperação da economia do Brasil, mas afastaram o risco de uma recessão técnica, que ocorre quando um país regista dois trimestres seguidos de retração.No primeiro trimestre do ano o PIB brasileiro havia recuado 0,2%, segundo o mesmo IBGE.
O resultado também demonstra alinhamento com análises de agentes do mercado financeiro reunidas no boletim Focus, pesquisa semanal junto de instituições financeiras feita pelo Banco Central do país, que começou o ano projetando uma alta do PIB em 2019 de 2,5%, percentagem que foi caindo ao longo dos meses e hoje está em 0,8%.
Sobre as áreas que influenciaram o resultado levemente positivo do PIB, o IBGE destacou que, na comparação com o primeiro trimestre do ano, o crescimento no setor industrial no Brasil foi influenciado pela expansão das indústrias de transformação (2%) e construção (1,9%). Já as indústrias extrativas registaram recuo (3,8%) no mesmo período.
"Juntas, as indústrias de transformação e construção respondem por cerca de 70% do setor. Além disso, a indústria de transformação tem peso no segmento de bens de capital, que contribuem para os investimentos internos e externos", explicou Claudia Dionísio, gestora de Contas Nacionais do IBGE.
Nos serviços, os resultados positivos mais relevantes foram obtidos pelas atividades imobiliárias (0,7%) e comércio (0,7%).
Pela ótica da despesa, as variações positivas do segundo trimestre do ano, face aos três primeiros meses do ano, ficaram com o consumo das famílias, que cresceu 0,3%, e a formação bruta de capital fixo (indicador que mede o investimento em máquinas e equipamentos de produção e construção), que registou um aumento de 3,2%.
Já as despesas de consumo do Governo brasileiro recuaram 1% no segundo trimestre, perante o resultado de janeiro a março.
No que se refere ao setor externo, as exportações de bens e serviços no Brasil caíram 1,6%, enquanto as importações de bens e serviços cresceram 1% em relação ao primeiro trimestre de 2019.