Disse que votou no PT e foi morto com 12 facadas

Discussão política terá estado na origem do crime em Salvador. Vítima era o mestre de capoeira Moa do Katendê, de 63 anos e terá sido morto por suposto apoiante de Bolsonaro.
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O mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, conhecido como Moa do Katendê, morreu esfaqueado nesta madrugada num bar em Salvador, depois de uma discussão política sobre o resultado das eleições. A vítima, de 63 anos, foi esfaqueada 12 vezes nas costas por um homem que disse ser apoiante de Jair Bolsonaro, vencedor da primeira volta das presidenciais brasileiras.

Segundo o jornal A Tarde, o suspeito - que foi apanhado em flagrante - confessou o crime. Paulo Sérgio, de 36 anos, disse à polícia que se tinha aproximado do grupo em que estava o mestre de capoeira, pelas 03.00 da madrugada, e dito que era eleitor de Bolsonaro. O grupo disse que votava no Partido dos Trabalhadores, levando o suspeito a ir a casa buscar uma faca e regressar ao bar.

"Policiais militares da 26.ª Companhia Independente de Polícia Militar prenderam em flagrante na madrugada desta segunda-feira o autor de um homicídio, que cometeu o crime logo após uma discussão política sobre o resultado das eleições na Avenida Vasco da Gama, Dique do Tororó", segundo uma nota de imprensa da Polícia Militar citada pelo site Extra, da Globo.

"O criminoso fez duas vítimas à facada, um homem de 63 anos que não resistiu aos ferimentos e morreu no local e outro, de 51 anos, atingido no braço e socorrido por populares para o Hospital Geral do Estado", acrescentou a mesma nota. A segunda vítima será o irmão do mestre de capoeira, que foi esfaqueado no braço.

Aos jornalistas, segundo um vídeo do jornal A Tarde, Paulo Sérgio disse que estava "arrependido" e que tinha "pedido desculpas" à família. Contou que estava dentro do bar, a conversar com o dono do bar, quando Moa do Katendê se meteu com ele e o chamou de "veado" (homossexual) e "negro". O suspeito diz que respondeu que não estava a falar com ele, que o dono do bar viu tudo e os separou e que se entregou à polícia.

"Os policiais avistaram um rastro de sangue que levava até uma casa e prenderam em flagrante o homicida escondido no banheiro. Ele já estava com uma mochila com roupas no intuito de fugir", informou a nota da Polícia Militar baiana, citada pelo Estado de S. Paulo.

Questionado sobre as 12 facadas, indicou que se enrolou com o mestre de capoeira no chão.

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