Mundo
09 julho 2019 às 14h01

Corbyn diz que fará campanha para continuar na UE (num novo referendo)

Entre uma saída sem acordo ou o Brexit proposto pelos conservadores, líder trabalhista opta por defender a continuação na União Europeia. Mas não disse se, em eventuais eleições gerais, iria a votos defendendo o revogar total do Brexit.

Susana Salvador

O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, deu mais um passo na defesa de um novo referendo sobre o Brexit, desafiando o próximo líder conservador a realizar uma nova consulta. Nesse caso, e se as hipóteses forem entre uma saída sem acordo ou o acordo já apresentado por Theresa May, Corbyn especifica que o Labour fará campanha por continuar a fazer parte da União Europeia. Mas não diz o que vai defender se houver eleições gerais.

"Quem se tornar no novo primeiro-ministro deve ter a confiança de apresentar o seu acordo, ou um não-acordo, para um novo voto das pessoas", escreveu Corbyn numa carta aos membros do partido. "Nessas circunstâncias, quero deixar claro que o Labour faria campanha pelo 'remain' face a um não-acordo ou um acordo conservador que não protege a economia e os empregos", acrescentou numa declaração partilhada no Twitter.

Corbyn, um eurocético que foi criticado por não ter tido um papel ativo na campanha do referendo, não especificou contudo o que defenderá o partido no caso de eleições gerais antecipadas. Isto é, não se sabe se, nesse caso, Corbyn fará campanha para continuar na União Europeia ou para apresentar uma nova proposta de Brexit aos europeus. Vários membros da sua equipa querem que assuma totalmente uma posição a favor do "remain" em qualquer dos casos.

O líder do Labour tem defendido a posição do partido de respeitar o resultado do referendo de 2016. "O Labour definiu um plano de compromisso para tentar unir o país em torno de uma união aduaneira, uma forte relação com o mercado único e a proteção dos direitos ambientais e dos trabalhadores. Continuamos a acreditar que essa é uma alternativa sensata que podia unir o país", escreveu Corbyn.

Não é a primeira vez que o líder trabalhista defende um referendo, sem se comprometer totalmente.