Protestos em Jacarta espalham pânico nas ruas. 6 mortos confirmados

Grupos de manifestantes e efetivos policiais voltaram hoje a envolver-se em confrontos no centro de Jacarta, com protestos a ocorrer noutros pontos da Indonésia, contra os resultados das eleições presidenciais. Há pelo menos 6 mortos e mais de 200 feridos.
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Os novos confrontos - depois de manifestações na noite de terça-feira e na manhã de hoje que causaram seis mortos e 200 feridos -- estão a ocorrer na zona do mercado de Tanah Abang, na zona ocidental da capital. Em conferência de imprensa para dar conta da situação atual, o ministro coordenador da Segurança, Wiranto, disse que as autoridades vão bloquear o acesso às redes sociais em certas zonas, sem concretizar os locais.

As autoridades indonésias dizem que as redes sociais, incluindo aplicações de troca de mensagens, estão a ser usadas para coordenar as ações dos manifestantes, alguns definidos como "agentes provocadores". As autoridades explicaram que dezenas de pessoas foram detidas e que os protestos mais violentos estão a ser planeados por agentes de fora de Jacarta. "Acredita-se que os detidos sejam os incitadores dos distúrbios", disse o brigadeiro-general Dedi Prasetyo, oficial de Relações Públicas da Polícia.

O porta-voz policial negou que qualquer dos seis mortos tenha sido baleado pela polícia, afirmando que os agentes no terreno estão a usar apenas gás lacrimogéneo e canhões de água, 'cocktails molotov' e outros objetos, tendo incendiado vários quiosques e outras estruturas. Os confrontos começaram depois de uma manifestação de apoiantes do ex-general Prabowo Subianto, derrotado nas eleições de 17 de abril. Subianto anunciou já que vai contestar os resultados junto do Tribunal Constitucional.

Desde terça-feira que a polícia indonésia reforçou as medidas de segurança, num estado de alerta máximo que se vai prolongar até ao final da semana. Na terça-feira, um dia antes do previsto, a Comissão Geral de Eleições anunciou que o Presidente da Indonésia, Joko Widodo, foi reeleito para um segundo mandato, com 55,5% dos votos, contra 44,50% obtidos pelo rival Prabowo Subianto.

Os protestos até começaram de forma pacífica, na noite de terça-feira, na zona de Kebon Pala, Tanah Abang, no centro da capital. A manifestação tornou-se, no entanto, mais violenta quando, depois de algumas horas, alguns manifestantes recusaram a sair da zona.

Além de Jacarta, a imprensa indonésia dá conta de protestos noutras zonas do país, o mais grave dos quais em Pontianak, na zona oeste de Kalimantan, onde um grupo de desconhecidos incendiou um posto de polícia.

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