O segurança William Augusto do Nascimento, de 20 anos, fez 36 passageiros e o motorista de um autocarro de reféns, em plena ponte que liga o Rio de Janeiro a Niterói, umas das mais importantes vias da região. Cerca de três horas e meia após o início do sequestro, passavam quatro minutos da uma da tarde em Lisboa, um sniper da polícia militar brasileira aproveitou uma descida do criminoso para o atingir com quatro tiros. Ele viria a falecer, instantes depois. Nenhum dos sequestrados ou agentes da polícia se feriu..O sequestro começou às 5.25 da manhã, 9.25 hora portuguesa, e ainda se desconhece a motivação de Nascimento. Segundo um dos passageiros sequestrados, Hans Moreno, entrevistado pela Globonews, o criminoso tinha uma pistola (de brinquedo, disse mais tarde a polícia), uma faca e comunicava por um rádio com os polícias. Entrou já numa estação na entrada da ponte, não roubou os pertences de ninguém, só anunciou o sequestro, pediu ao motorista para atravessar o autocarro meio da estrada e pintou com um spray as janelas de preto..Seis pessoas foram libertadas ao longo do sequestro: quatro senhoras, precisamente por se sentirem mal dispostas por causa dessa tinta, uma delas chegou mesmo a desmaiar, e dois homens, queixando-se de tensão alta e de problemas renais. Não havia nem crianças nem adolescentes no autocarro. Todos os assentos estavam ocupados mas não havia ninguém em pé..Ainda segundo o passageiro, o sequestrador esteve sempre muito calmo, disse que não queria magoar ninguém e ria ao saber da dimensão do engarrafamento que estava a causar..Segundo o governador do estado do Rio de Janeiro Wilson Witzel, que chegou ao local aos pulos a festejar o desfecho do caso, à partida, Nascimento tinha problemas mentais. Witzel que apoia o presidente Jair Bolsonaro mas já admitiu publicamente sonhar sucedê-lo, é adepto da tolerância zero para criminosos e deu instruções "para os polícias mirarem a cabecinha dos bandidos"..Na ponte, que chegou a estar interditada por horas e causou mais de 80 km de engarrafamento, cerca de cinco horas depois os carros já circulavam nos dois sentidos, aparentando normalidade, depois de uma manhã muito anormal..Do inicio do ano a abril, houve mais de 5,8 mil casos de assaltos a autocarros no estado do Rio, noticiou o site G1. Em média, o resultado significa um assalto a cada 30 minutos. Só no município do Rio, foram mais de 3,8 mil roubos em no período, um aumento de 40% em comparação aos quatro primeiros meses de 2018..Entretanto, o assalto com reféns na ponte fez lembrar o caso do "ônibus 174", que justificou um filme e um documentário. Em junho de 2000, o assaltante Sandro Nascimento e uma refém, Geísa Gonçalves, acabaram baleados e mortos, em caso exibido em direto na televisão.