Bebé de Shamina Begum morreu, anuncia o advogado da noiva do ISIS

A jovem que perdeu a cidadania britânica após se ter juntado ao Estado Islâmico na Síria viu o seu bebé de duas semanas morrer, informou o seu advogado que cita relatos fortes mas não confirmados
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O filho bebé de Shamima Begum, a adolescente que fugiu do Reino Unido para se juntar ao Estado Islâmico (o grupo jihadista também identificado por ISIS ou daesh), pode estar morto, de acordo com o advogado da família. Tasnime Akunjee disse ter "relatos fortes mas não confirmados" da morte do bebé, que tinha cerca de duas semanas.

Begum, que deixou Londres em 2015, quando tinha 15 anos, foi encontrada num campo de refugiados sírios em meados de fevereiro. Foi nesse local que deu à luz pouco depois. A jovem afirmou que queria voltar para o Reino Unido, mas foi-lhe retirada a sua cidadania britânica.

No tweet desta sexta-feira em que anunciou a morte, o advogado Akunjee disse que o bebé era um cidadão britânico, tendo em conta que uma criança nascida de mãe britânica, antes de ser privada da sua cidadania, ainda seria considerada britânica.

O secretário do Interior, Sajid Javid, disse anteriormente que a revogação da cidadania de Begum não se aplica ao filho: "As crianças não devem sofrer, por isso, se um pai perder a cidadania britânica, isso não afeta os direitos do filho".

Shamina Begum, de 19 anos, era uma estudante quando saiu de Bethnal Green, no leste de Londres, em 2015. O objetivo era juntar-se ao Estado Islâmico. Acabou, quatro anos depois, por ser encontrada por um jornalista num campo de refugiados no norte da Síria, onde Begum se abrigou depois de deixar Baghuz, a última fortaleza do Estado Islâmico. A mulher disse que já havia perdido dois filhos e deu ao seu novo bebé o nome de Jarrah.

Em entrevista à BBC após o nascimento de Jarrah, Begum disse que não se arrependia de ter viajado para a Síria, embora tenha acrescentado que não concorda com tudo o que o grupo Estado Islâmico fez. Também disse que nunca procurou ser uma "mulher propaganda" do Estado Islâmico e simplesmente desejava criar o filho no Reino Unido.

Depois de Shamima perder a cidadania, a sua família escreveu ao secretário do Interior para dizer que planeava contestar a decisão e pediu a ajuda do governo para trazer o bebé para o Reino Unido.

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