Ataque a rede informática da Defesa espanhola teve um "estado por trás"
O Ministério da Defesa de Espanha atribuiu a uma "potência estrangeira" o ciberataque, contra a sua rede interna, descoberto no início de março. Os responsáveis pela investigação chegaram a esta conclusão baseando-se na complexidade do ataque e, por isso, afastaram a hipótese de ter sido feito por hackers ou ciberactivistas, defendem sim que "há um estado por trás", segundo noticia o diário El País esta terça-feira.
O jornal cita o Relatório Anual de Segurança Nacional que foi aprovado no passado dia 15, documento a que teve acesso e onde os especialistas alertam para o aumento "da agressividade de alguns serviços de inteligência estrangeiros", classificando a ciberespionagem como uma "ameaça grave" para a segurança nacional de Espanha.
A investigação ao ataque às redes informáticas do Ministério da Defesa espanhol ainda não terminou, mas o El País salienta que já foi confirmado ter sido mais grave do que inicialmente se pensava e que já foi praticamente afastada (90%) a ideia de ter sido uma intrusão efetuada por alguém do próprio ministério.
Este acesso aos computadores foi descoberto no início de março, mas é possível que o vírus então identificado já estivesse a infetar a rede da Defesa pelo menos desde o princípio de 2019.
Neste momento o receio é que o vírus - que terá sido distribuído pelo correio eletrónico - tenha conseguido entrar em outras redes pois segundo as fontes consultadas pelo diário espanhol o objetivo dos ciberespiões será aceder a segredos relacionados com a tecnologia militar.
"A espionagem industrial para obter informação classificada que está em poder de empresas que participam em programas do Ministério da Defesa supõe uma ameaça para a Segurança Nacional", frisa o relatório a que o El País teve acesso e que foi aprovado a 15 de março pelo Conselho de Segurança Nacional espanhol.