"Armados e extremamente perigosos": adolescentes em fuga "não deverão ser capturados vivos", diz pai
"Ele vai morrer hoje ou amanhã. Estou consciente disso." As palavras são do pai de Bryer Schmegelsky, de 18 anos, um dos dois adolescentes canadianos procurados pelo homicídio, a tiro, de três pessoas no Canadá. Alan Schmegelsky acha que o filho não se vai deixar apanhar vivo. "Ele está numa missão suicida. Eles vão desaparecer num clarão de glória. Acreditem em mim, é o que vai suceder."
Alan Schmegelsky fez estas declarações à imprensa canadiana, assumindo que o filho e o seu amigo um ano mais velho, Kam McLeod, são mesmo responsáveis pelas três mortes que as autoridades lhes imputam. "Um jovem normal não atravessa o país a matar gente. Só um jovem que sofre muito o faz."
As últimas notícias certificam que o cerco das autoridades estará a fechar-se na província de Manitoba, onde um veículo no qual os adolescente foram ultimamente vistos foi encontrado, incendiado, esta terça-feira, a mais de 3000 quilómetros do local onde deixaram, também ardido, o carro em que partiram, a 12 de julho, da cidade natal de Port Alberni, com o alegado objetivo de procurar trabalho na província de Yukon.
Os jovens começaram por ser dados como desaparecidos, mas após a descoberta, a 15 de julho, dos corpos de um casal de turistas, Chynna Deese, 24 anos, americana, e Lucas Fowler, 23 anos, australiano, as autoridades anunciaram estarem a ser procurados como "pessoas de interesse" no caso. Quando a 19 de julho foi encontrado um novo cadáver, na mesma estrada, mas 500 quilómetros à frente, perto dos restos ardidos do carro em que tinham saído de Port Alberni, passaram de suspeitos a acusados desta última morte. A acusação é de homicídio "em segundo grau", ou seja, intencional mas sem premeditação.
A terceira vítima foi identificada esta quarta-feira: trata-se de Leonard Dyck, de Vancouver, cuja idade não foi revelada, mas teria entre 50 e 60 anos.
As autoridades não partilharam até agora qualquer teoria sobre a motivação dos homicídios. Mas o pai de Bryer fala de um "sofrimento" do filho associado ao facto de ter cinco anos quando os pais se separaram e de ter crescido "sem carinho": "Ele tinha fome de amor e de afeto e não cresceu com boas influências. As referências dele eram o Youtube e jogos de vídeo." No último Natal, conta, Bryer pediu-lhe de presente uma espingarda "airsoft" (que dispara balas de plástico mas tem o aspeto de uma espingarda verdadeira). Os dois costumavam ir para o campo "fazer batalhas de tiro". Assevera porém que Bryer, que vivia com a avó materna, não tem armas verdadeiras e nem sequer sabe conduzir.
Fotos divulgadas esta quarta-feira na imprensa canadiana, porém, lançam uma nova luz sobre Bryer. Provêm de alguém com quem trocaria mensagens on line, num grupo relacionado com vídeo jogos, e mostram o jovem com uma máscara de gás e vestido com roupa militar, com uma arma (que se crê ser a que o pai diz ter-lhe oferecido) assim como uma braçadeira com uma cruz gamada e uma faca "nazi" alegadamente sua propriedade. Foi também relacionada com Bryer e Kam uma conta online na qual é usado o logótipo de uma milícia ucraniana que tem sido acusada de simpatias nazis.
O pai de Kam recusou falar à imprensa mas publicou um comunicado, no qual diz que a única coisa que sabe é que o filho, que conheceu Bryer na escola primária, sendo desde então inseparáveis, é "um rapaz bondoso, atencioso e carinhoso".
Na zona remota onde os jovens estão a ser procurados os habitantes dizem-se assustados, fechando as crianças em casa.