Angola recusa relatório dos EUA sobre violação de direitos humanos
O Governo angolano rejeitou as acusações do departamento de Estado norte-americano sobre violações dos direitos humanos no país africano, onde alegadamente se registam torturas, espancamentos, limites às liberdades de reunião, associação, expressão e imprensa devido à corrupção.
A posição expressa pelo ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges Chikoti, refere que o relatório representa apenas a visão dos norte-americanos, que foi igualmente rejeitado por outros países.
Segundo o chefe da diplomacia angolana, Angola partiu de uma situação de guerra e hoje está no processo de construção das suas instituições.
"Podemos ter insuficiências, mas o engajamento do Governo é certamente construir uma sociedade democrática, uma sociedade na qual participa a sociedade civil, os partidos políticos na vida ativa do país", disse Georges Chikoti, citado hoje pelo Jornal de Angola.
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O governante angolano sublinhou que em Angola não há presos políticos, "há pessoas julgadas e condenadas por outros motivos ou de violência ou por turbulência, mas não por motivos políticos".
"Angola tem um sistema judicial, que permite, primeiro, a participação de todos, mas quando os casos são julgados em tribunal, nunca houve nenhuma pessoa que tenha sido condenada por violação da liberdade política angolana", acrescentou o ministro.
"Os três abusos dos direitos humanos mais importantes são a punição cruel, excessiva e degradante, incluindo casos de tortura e espancamento, limites às liberdades de reunião, associação, expressão e de imprensa, e corrupção oficial e impunidade", lê-se no relatório do departamento de Estado divulgado na semana passada.