Governo dos EUA abre processo antimonopólio contra Google, que pode acabar "partida"

A divisão forçada do gigante da internet é um dos desfechos possíveis deste megaprocesso.
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O Governo norte-americano abriu esta terça-feira um megaprocesso contra a Google, acusando a empresa de possuir um "monopólio ilegal" no mercado de pesquisas e na publicidade online, naquele que é o maior processo do género em décadas nos EUA, abrindo a porta, potencialmente, à divisão do gigante de Silicon Valley em pequenas empresas.

O caso, com vastas implicações políticas, poderá levar anos a ser resolvido e irá traçar novas linhas de batalha entre o governo federal e as grandes tecnológicas, potencialmente com enormes implicações para o setor.

O procurador geral adjunto Jeffrey Rosen afirmou que o caso, submetido em conjunto por procuradores de 11 estados republicanos, visa atingir o domínio da Google no ecossistema online.

"A Google é a porta para a Internet", afirmou Rosen aos jornalistas. "Mas manteve o seu monopólio através de práticas de exclusão que prejudicaram a concorrência".

O processo declara que essas práticas incluem acordos de longo prazo que exigem que o motor de busca da Google seja incluído em vários aparelhos e impedem que os utilizadores apaguem algumas das apps da empresa dos mesmos.

O governo dos EUA argumenta ainda que a Google paga milhares de milhões de dólares para manter a atual posição que tem no mercado, reforçando assim a sua posição monopolista. Na ação judicial, interposta em Washington, dc, a administração insta o tribunal a considerar várias sanções, incluindo a divisão da empresa noutras mais pequenas.

Questionado sobre como esta separação se poderia realizar, Rosen afirmou apenas que o processo judicial teria de "avançar um pouco mais antes de se poder falar em algo mais específico".

A Google reagiu à ação chamando-lhe um processo "fundamentalmente falhado".
"As pessoas usam a Google porque a escolhem -- não porque são forçadas a isso ou porque não encontram alternativas", segundo comunicado.

A decisão da procuradoria geral surge após meses de investigações federais e estatais que visaram verificar o poder e a posição de no mercado da Google e de outras empresas da tecnologia, como a Amazon, a Facebook e a Apple.

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