Goldman Sachs e JPMorgan patrocinam a permanência do Reino Unido na UE
O setor da banca teme que a saída do país do bloco comunitário coloque em risco a posição de Londres no mercado financeiro internacional. Doações foram feitas ao grupo Britain Stronger in Europe, que defende o 'Não' ao Brexit, acrónimo em língua inglesa para a saída britânica da União Europeia. E o 'Sim? à permanência do Reino Unido no clube dos 28.
Contactado pela agência de notícias Bloomberg, o porta-voz da campanha do Britain Stronger in Europe, James McGrory, preferiu "não comentar donativos individuais" e referiu apenas: "Estamos muito satisfeitos em receber o apoio vindo de uma grande variedade de indivíduos e empresários que acreditam que o Reino Unido é mais forte e seguro enquanto membro da UE".
Arron Banks não ficou surpreendido pela notícia. O co-fundador do grupo Leave.UE (grupo de oposição à permanência do Reino Unido na UE) emitiu um comunicado onde afirma que o referendo prometido pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, "vai ser uma campanha do nosso povo contra um estabelecimento internacional de bancos, multinacionais de evasão ao fisco e políticos ultrapassados".
Inicialmente prevista para 2017, a consulta popular poderá ser antecipada para o verão desde ano, caso haja, em breve, um acordo entre Cameron e a UE. O chefe do governo britânico, do Partido Conservador, quer garantias dos seus parceiros europeus de que haverá reformas no funcionamento da UE. Eurocético, o primeiro-ministro britânico quer menos interferências de Bruxelas na soberania dos Estados membros.
"Se houver um bom acordo sobre a mesa, aceitá-lo-ei. Mas se não for o acordo certo, não tenho pressa. Posso realizar o referendo, a qualquer altura, até ao final de 2017", disse hoje Cameron, no Fórum de Davos, na Suíça. Amanhã, o líder britânico viaja para a República Checa, onde prosseguirá as suas consultas bilaterais no âmbito das negociações em curso.
Reagindo também à notícia dos donativos, Nigel Farage, líder do partido eurocético Ukip e crítico da permanência do país na UE, classificou as contribuições da Goldman Sachs e da JP Morgan como uma "aliança sagrada entre os grandes bancos e a grande política".