Explosão na Catalunha fez dois mortos, um deles a três quilómetros
Uma forte explosão atingiu uma unidade industrial de produtos químicos, seguida de um grande incêndio, esta terça-feira à tarde em Tarragona, na Catalunha, provocando um morto e vários feridos. O impacto da explosão nas instalações da empresa IQOXE foi acompanhado por um gigantesco 'cogumelo' de chamas e de fumo, sentido e visível a quilómetros de distância.
Há notícia de dois mortos e de oito feridos, dois deles com queimaduras graves.
Segundo as primeiras informações relatadas na imprensa espanhola, a primeira vítima mortal não morreu em consequência direta da explosão na empresa petroquímica, mas como resultado do colapso parcial de um edifício em Torreforta, uma localidade a três quilómetros de onde ocorreu a explosão, que se desmoronou na sequência do impacto de uma placa metálica de mais de 800 quilos que saiu disparada do local da explosão, adiantam os bombeiros. O teto do segundo ano andar colapsou em cima do homem, dono de uma loja no mesmo bairro de Torreforta, que morreu. Várias testemunhas qualificaram o impacto da placa metálica como o de uma "bola em chamas". O terceiro e o segundo andar do edifício ficaram praticamente destruídos, no entanto, os técnicos autorizaram os inquilinos dos restantes andares a pernoitar nas suas casas.
A segunda vítima mortal foi descoberta apenas esta quarta-feira de manhã, no interior da fábrica, depois de ter sido dada como desaparecida.
De acordo com a agência EFE, as paredes interiores e parte do telhado de um dos andares num edifício, com cinco pisos, na rua García Lorca do bairro de Torreforta desabaram. O desabamento, que afetou elementos estruturais do edifício, provocou a morte de um homem, que será o proprietário do andar afetado.
Fontes da Câmara Municipal de Tarragona, citadas pela EFE, precisaram que, ainda sem uma investigação realizada, uma das hipóteses é que o homem terá morrido ao ser atingido pelos vidros das janelas, que se terão partido como resultado das ondas de choque da explosão. Os bombeiros e a polícia locais estão a investigar as circunstâncias em que ocorreu o desabamento, que obrigou à evacuação dos edifícios vizinhos.
A empresa afetada é a IQOXE (Industrias Químicas del Óxido de Etileno), que segundo o jornal El Espanol, investiu recentemente 200 mil euros na prevenção de incêndios.
A explosão ocorreu na zona sul de Tarragona, na área onde se situam vários indústrias petroquímicas. Os Mossos mobilizaram todos os meios para o incidente e a Proteção Civil pediu para as pessoas ficarem em casa, com medida de prevenção.
A Proteção Civil da Catalunha aconselhou as pessoas a fecharem as janelas e as portas das habitações em várias zonas. Salou, Vilaseca, Reus, Constantí, El Morell e La Canonja são as áreas em que a população é aconselhada a ficar em casa, embora as autoridades tenham descartado a ocorrência de uma nuvem tóxica. Dizem que a emergência química foi acionada mas que ficou confinada à área do complexo industrial.
O primeiro-ministro Pedro Sanchez recorreu ao Twitter para garantir que está a acompanhar a situação e ofereceu todo o apoio ao Governo regional da Catalunha.
Este complexo petroquímico está localizado no triângulo formado pelos municípios de Tarragona, Vilaseca e La Canonja. Numa conta de Twitter foi publicado um vídeo do momento da explosão, captado por uma câmara de videovigilância.
Os bombeiros combateram o fogo com 20 corporações, com a preocupação a ser também verificar se não há pessoas que tenham ficado encurraladas na unidade industrial.
A polícia isolou a área e cortou as estradas de acesso. A Renfe interrompeu a circulação de comboios entre Tarragona-Reus e Tarragona-Port Aventura.
A instituição que controla o tráfego aéreo já informou que foi pedido para não haver movimento de aeronaves na zona.
Estas situações de tráfego já foram todas normalizadas.
Maite Fonoll estava numa loja, a cerca de dois quilómetros, quando ouviu a explosão. "Todo o edifício tremeu. Foi muito forte", relatou ao El País. As pessoas rapidamente perceberam que algo grave tinha acontecido na zona petroquímica. "E quando acontece alguma coisa ali, todos trememos", apontou.
As pessoas deixaram a área rapidamente e gerou-se um caos momentâneo nas estradas, por causa do número elevado de viaturas em movimento, com muita gente a querer voltar para casa o mais depressa possível.