Petroleiro iraniano atingido por dois 'rockets' junto à costa da Arábia Saudita
Dois 'rockets' atingiram um petroleiro iraniano no Mar Vermelho, ao largo do porto saudita de Jiddah, disseram esta sexta-feira as autoridades de Teerão.
Até ao momento a Arábia Saudita não fez qualquer comentário sobre o suposto ataque contra o navio iraniano, o último incidente na região, numa escalada que tem levado ao aumento das tensões entre o Irão e os Estados Unidos, país aliado da Arábia Saudita.
A televisão estatal iraniana avançou que a explosão causou um rombo em dois depósitos a bordo do navio e provocou um derrame de petróleo na costa de Jidah, no Mar Vermelho. Segundo a agência IRNA, que cita a Companhia de Petroleiros Iraniana, o petroleiro atingido é o "Sabity", um navio que esteve em reparações até ao mês de agosto na cidade portuária de Bandar Abbas, no Irão. A mesma agência noticiosa avançou entretanto que o derrame de crude já foi estancado. Os media iranianos estão também a noticiar que nenhum membro da tripulação ficou ferido.
Pete Pagano, porta-voz da 5.ª Esquadra norte-americana no Golfo Pérsico disse que as autoridades norte-americanas têm conhecimento dos "relatórios sobre o incidente", mas declinou fazer comentários sobre o assunto.
De acordo com agência Reuters, que cita a agência noticiosa russa RIA, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo veio dizer, entretanto, que é prematuro atribuir responsabilidades pelas duas explosões a bordo do petroleiro.
O incidente acontece depois dos EUA alegarem que o Irão atacou petroleiros perto do Estreito de Ormuz.
A explosão pode elevar ainda mais as tensões entre o Irão e os EUA, mais de um ano depois do Presidente norte-americano, Donald Trump, ter decidido retirar os Estados Unidos do acordo nuclear e imposto sanções que têm afetado a economia iraniana.
Desde a decisão têm-se registado vários ataques a petroleiros perto do Estreito de Ormuz, no Irão, a que se somou o abate de um drone de vigilância militar dos EUA e outros incidentes em todo o Oriente Médio.
O ataque mais recente afetou a indústria petrolífera saudita, reduzindo para metade a produção daquele reino. Os EUA culparam o Irão pelo ataque, algo negado por Teerão.
Os rebeldes houthis do Iémen, contra os quais a Arábia Saudita está a lutar numa guerra que dura há já um ano, reivindicaram o ataque, embora analistas assegurem que os mísseis usados no ataque não poderiam ter sido lançados a partir do Iémen.