EUA informam ONU que querem sair do Acordo de Paris

Processo de saída vai demorar pelo menos um ano. Secretário de Estado, Mike Pompeo, considera Acordo de Paris "um peso económico injusto" para os Estados Unidos
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Os EUA informaram a Organização das Nações Unidas (ONU) que tinham iniciado o processo de retirada do acordo de combate às alterações climáticas, assinado em Paris em 2015.

O secretário de Estado, Mike Pompeo, afirmou esta segunda-feira que tinha submetido o pedido formal à ONU.

Este pedido inicia o processo de saída que, contudo, vai demorar pelo menos um ano.

Na declaração de Pompeo considera-se que o Acordo de Paris constitui "um peso económico injusto" para a economia dos EUA.

Cerca de 200 nações assinaram o acordo, no qual cada Estado fixa os seus próprios objetivos para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa que provocam a crise climática.

A decisão do governo de Donald Trump foi condenada como um fracasso estouvado de liderança por peritos, ativistas e críticos, como o antigo presidente da Câmara de Nova Iorque Michael Bloomberg.

"Donald Trump é o pior presidente na história para o nosso clima, bem como para a nossa água limpa e o nosso ar", afirmou Michael Brune, diretor executivo do Sierra Club, associação ambientalista.

O Acordo de Paris enunciou a meta de impedir um agravamento da subida já verificada na temperatura média mundial em mais entre 0,5 e 1 grau Celsius.

Mas os compromissos avançados pelos participantes em 2015 são insuficientes para impedir aqueles níveis de aquecimento.

O acordo apela para os Estados avançarem objetivos mais ambiciosos de reduzir as emissões de gases com efeitos de estufa de cinco em cinco anos, a começar em novembro de 2020.

O aquecimento global, provocada pela queima de carvão, petróleo e gás, já causou o aumento da temperatura média global em um grau centígrado desde o final do século XIX.

Entre os seus resultados estão a fusão dos gelos, eventos extremos e a acidificação dos oceanos. E os cientistas asseguram que, dependendo da quantidade de dióxido de carbono emitido, a situação só vai piorar até ao final do século, com a temperatura a aumentar vários graus e o nível médio do mar em pelo menos um metro.

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