Documentos da vacina da Moderna acedidos durante ataque cibernético à EMA

Agência Europeia de Medicamentos anunciou no início de dezembro que foi alvo de um ataque cibernético
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A Moderna informou esta segunda-feira que foi informada pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) que alguns documentos relacionados às conversas de pré-apresentação da sua vacina contra a Covid-19 foram acedidos ilegalmente durante um ataque cibernético ao regulador de medicamentos.

A EMA, a entidade da União Europeia que avalia medicamentos e vacinas, disse no início deste mês que havia sido alvo de um ataque cibernético que também deu aos hackers acesso a documentos relacionados ao desenvolvimento da vacina desenvolvida pelos laboratórios Pfizer Inc e BioNTech.

A Moderna disse que a sua submissão à EMA não incluía nenhuma informação que identificasse os voluntários que participaram no estudo e não há informação de que nenhum participante tenha sido identificado de alguma forma.

Depois de aprovarem a candidata da Pfizer e da BioNTech, os Estados Unidos estão a considerar uma segunda vacina desenvolvida pela farmacêutica Moderna. No início de janeiro, a Johnson&Johnson espera conseguir saber se sua vacina também está a funcionar nos testes finais.

A União Europeia também se prepara para decidir sobre as vacinas da Pfizer-BioNTech e da Moderna ainda este mês.

Segundo a Moderna, foi comprovado que a vacina teve 94,1% de eficácia em um ensaio clínico envolvendo 30.000 pessoas.

Para a produção do imunizante foi utilizada, tal como para a vacina da Pfizer-BioNTech, a tecnologia RNAm (ácido ribonucleico mensageiro), uma nova abordagem que entrega instruções genéticas às células humanas para fazê-las expressar uma proteína de superfície do vírus SARS-CoV-2, o que simula uma infeção e prepara o sistema imunológico caso encontre o vírus real.

O desenvolvimento dessas vacinas é mais rápido do que as abordagens mais tradicionais, que frequentemente dependem do uso de formas enfraquecidas ou inativadas de micróbios causadores de doenças.

A principal desvantagem identificada até agora é que as moléculas de RNAm, que são envoltas em partículas de gordura, têm de ser armazenadas em temperaturas muitissimo baixas: -70 graus Celsius para a vacina da Pfizer, -20 graus Celsius para a da Moderna.

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