Condenado homem que divulgou fotos pirateadas de celebridades nuas

É a primeira condenação no caso que, em 2014, viu divulgadas fotografias privadas de atrizes como Jennifer Lawrence e Rihanna
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Procuradores do Ministério Público norte-americano anunciaram hoje a primeira condenação criminal no caso ocorrido em 2014 de pirataria de fotografias privadas de celebridades de Hollywood, que resultou na divulgação na internet de centenas de imagens contendo nudez. Em Los Angeles, as autoridades indicaram na terça-feira que Ryan Collins, de 36 anos, natural da Pensilvânia, tinha concordado em apresentar-se como culpado de acusações de hacking (piratear) no âmbito da investigação "Celebgate".

Segundo responsáveis judiciais, Collins admitiu a existência de um esquema de phishing para obter fraudulentamente as palavras-passe de mais de cem pessoas, muitas delas estrelas de cinema, e depois usá-las para obter fotos delas nuas nas suas contas na cloud, um espaço de armazenamento de dados virtual acessível pela Internet. Não há ainda provas de que Collins tenha publicado as fotos online, e a investigação prossegue, indicaram as autoridades.

O golpe de 2014 resultou na divulgação de centenas de fotos de nus, incluindo as de modelos e atrizes como Jennifer Lawrence e Kate Upton, o que provocou espanto e indignação em Hollywood. A procuradoria-geral disse que Collins acedeu a pelo menos 50 contas iCloud e 72 contas de Gmail, a maioria das quais pertencente a celebridades do sexo feminino.

"Atualmente, as pessoas armazenam informação privada importante nas suas contas online e nos seus aparelhos digitais", afirmou a delegada do ministério público Eileen Decker. "Acesso não autorizado, em violação da lei, a tais informações privadas é crime. O ministério público continua empenhado em proteger informação pessoal e sensível das ações maldosas de hackers sofisticados e cibercriminosos", sustentou.

Nos termos do acordo de admissão de culpa, Collins usou entre novembro de 2012 e setembro de 2014 um esquema em que enviava e-mails às vítimas que pareciam ser da Apple ou da Google e pedia-lhes que fornecessem os seus nomes de utilizador e palavras-passe.

Isto permitiu-lhe aceder a informação dessas contas, incluindo a fotografias guardadas na cloud. Em alguns casos, Collins usou um programa de software para descarregar todo o conteúdo do 'backup' das vítimas na Apple iCloud.

O ministério público indicou que o acordo, que deve ainda ser aprovado por um juiz, pede uma pena de 18 meses de prisão efetiva para o arguido. Ao abrigo do acordo, o caso deverá ser transferido da Pensilvânia para a Califórnia.

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