Charlottesville retira monumento da Confederação que motivou ato racista há quatro anos

Cidade americana de Charlottesville retira monumento da Confederação que motivou ato racista há quatro anos. A população aplaudiu.
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A cidade de Charlottesville, no sul dos EUA, derrubou duas estátuas este sábado que homenageavam generais da Guerra Civil da Confederação pró-escravidão. Eram o foco de protestos raciais nos últimos ano, incluindo um comício mortal de supremacistas brancos em 2017, noticia a Agence France Presse (AFP)

Eram as estátuas de Robert E. Lee e Thomas "Stonewall" Jackson, duas entre centenas de monumentos confederados nos Estados Unidos, considerados na atualidade símbolos de racismo. Os seus defensores argumentam que são um legado histórico.

Trabalhadores da autarquia de Charlottesville, na Virgínia, usaram um guindaste para remover as estátuas - que mostravam os homens uniformizados montados em cavalos - enquanto uma multidão assistia e aplaudia. Não se registaram confrontos.

"Derrubar esta estátua é um pequeno passo mais perto do objetivo de ajudar Charlottesville, a Virgínia e a América, a lidar com o pecado de querer destruir os negros para obter ganhos económicos", defendeu o presidente da câmara, Nikuyah Walker, um afro-americano.

As tensões sobre o destino da estátua de Lee levaram à violência em agosto de 2017, quando um nacionalista bateu com o carro contra uma multidão de manifestantes em Charlottesville, matando uma mulher.

O grupo protestava em oposição aos supremacistas brancos que organizaram uma manifestação "Unite the Right", contra os planos de remover a estátua de Lee.

O então presidente dos EUA, Donald Trump, foi criticado quando disse depois que havia "gente muito boa em ambos os lados" dos protestos.

O caso deu uma nova vida a uma campanha para remover os símbolos confederados, reforçados após os assassinatos em junho de 2015, na Carolina do Sul, de nove fiéis negros por um supremacista branco.

A campanha foi retomada após a morte em 25 de maio de 2020 do afro-americano George Floyd, por um policia em Minneapolis, Minnesota.

Durante a Guerra Civil de 1861-1865, o sul confederado separou-se dos Estados Unidos e lutou para manter a escravatura, que o resto do país havia abolido.

Os defensores da preservação dos símbolos confederados argumentam que servem como recordação da herança sulista. Removê-los é apagar a história.

De acordo com os historiadores, a maioria das centenas de monumentos confederados no sul dos EUA foram erguidos durante a era de segregação racial de Jim Crow e em resposta ao movimento pelos direitos civis.

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