Bolsonaro demite ministro do Turismo. Sanfoneiro é o eleito

Gilson Machado Neto, cuja música em homenagem às vítimas de covid-19 durante live do presidente correu mundo, vai substituir Marcelo Álvaro Antônio, envolvido em esquema de corrupção.
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Marcelo Álvaro Antônio, ministro do Turismo de Jair Bolsonaro, resistiu às denúncias do ministério público por falsidade ideológica, por apropriação indébita eleitoral, por crime eleitoral de omissão na prestação de contas e por associação criminosa num caso de desvio de dinheiro público destinado a candidaturas femininas mas não superou uma briga com um colega de governo, general Luiz Fernando Ramos, muito próximo do presidente.

Para o lugar de Antônio, que de acordo com a revista Veja, quase chegou a vias de facto com Ramos, o nome mais falado agora é o de Gilson Machado Neto, atual presidente da Embratur, a agência estatal que promove o turismo brasileiro.

O próprio Bolsonaro já anunciou que Gilson Machado vai ser o sucessor. "Estão sabendo do Gilson ou não? Estão sabendo do Gilson? Ministro... O Gilson é um cara muito competente nessa área. O outro estava a fazer um bom trabalho também, né, mas deu problema aí", disse Bolsonaro a apoiadores, no Palácio da Alvorada.

Gilson Machado assume o posto no lugar de Marcelo Álvaro Antônio, que foi demitido pelo presidente após enviar uma mensagem em um grupo de WhatsApp que reúne ministros do governo de Jair Bolsonaro.

Esta quinta-feira, o Governo brasileiro oficializou a demissão de Marcelo Álvaro Antônio do cargo de ministro do Turismo e a nomeação de Gilson Machado para ocupar o mesmo posto numa publicação do Diário Oficial da União (DOU).

Machado Neto ficou conhecido no Brasil e não só por ter dedicado uma Ave Maria em homenagem às vítimas do covid-19 durante uma das tradicionais lives de Bolsonaro das quintas-feiras. Usou uma sanfona (semelhante ao acordeão), na qualidade de vocalista e compositor principal da banda de forró Brucelose.

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Bolsonaro, entretanto, já planeava fazer uma remodelação governamental em janeiro e Antônio seria, segundo a imprensa brasileira, um dos nomes em risco.

Mas o ano de 2020 já fora pródigo em demissões ministeriais, a mais mediática de todas, a do ex-juiz Sérgio Moro, da justiça e da segurança pública, acusando o presidente de interferir na polícia para ajudar familiares com problemas com as autoridades à saída.

No auge da pandemia, Bolsonaro demitiu ainda dois ministros da saúde, ambos médicos, substituídos pelo general paraquedista Eduardo Pazuello.

Houve ainda mais três ministros demitidos, o mais mediático deles, Abraham Weintraub, titular da educação.

Na cultura, que não tem estatuto de ministério, a atriz Regina Duarte caiu logo após dois meses - e muitas controvérsias - da secretaria de estado.

Atualizado às 12:12 de 10 de dezembro de 2020

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