Bolívia. Morales declara vitória, mas deve ir à segunda volta das presidenciais
A autoridade eleitoral da Bolívia indicou que, com 84% dos votos de domingo contados, Morales lidera com 45,3%, seguido por 38,2% de seu rival mais próximo, Carlos Mesa. A manter-se a tendência, os dois vão enfrentar-se em dezembro na segunda volta das eleições presidenciais.
Mesa comemorou os resultados diante dos seus apoiantes na sede da campanha, em La Paz: "Estamos na segunda volta!"
No entanto, o presidente Morales reagiu aos resultados como se tivesse assegurado já a vitória. "Ganhámos outra vez. Ganhámos na Bolívia em quatro eleições seguidas. Confiamos nos votos do campo", afirmou.
Para evitar uma segunda volta, o candidato mais votado teria de obter a maioria absoluta ou mais de 10 pontos percentuais de vantagem para o segundo classificado.
Mais de 7,3 milhões de bolivianos, no país e no exterior, foram chamados a votar nas eleições presidenciais e legislativas, para mandatos de cinco anos.
O atual presidente da Bolívia, Evo Morales, de 59 anos, é de origem indígena aimará e líder do partido Movimento para o Socialismo (MAS).
O ex-presidente Carlos Mesa, um jornalista de 66 anos, lidera a aliança Comunidade Cidadã.
A decisão de Morales em apresentar-se a um quarto mandato apesar do "não" no referendo de fevereiro de 2016, foi muito criticada por diversos setores da sociedade boliviana e da oposição, que alertaram para uma deriva autocrática no caso de nova vitória.
No poder há 13 anos, Morales tornou-se no primeiro presidente indígena e de esquerda do país andino, mas diversos casos de corrupção nos círculos próximos do poder e as denúncias de viragem autoritária também desgastaram a sua imagem.