Baleias surpreendem dezenas de surfistas numa praia de Sydney
Dez metros. Foi a distância a que dezenas de surfistas que este domingo praticavam nas águas da Praia de Manly, Sydney (na Austrália), ficaram de duas baleias, mãe e filho. Os sufistas mostraram-se surpreendidos com o fenómeno anormal na costa australiana e as imagens mostram vários curiosos a nadar em direção aos mamíferos, embalados pelas ondas que o seu movimento gerava no mar, escreve o The Guardian.
Tratava-se de duas baleias jubarte, também conhecidas como baleia-corcunda ou baleia-cantora, e não é incomum a sua passagem por esta zona. Anormal é a proximidade com que nadavam da costa, bem como o aparecimento de uma baleia tão juvenil.
De acordo com o jornal britânico, entre abril e junho, as jubarte australianas do leste costumam migrar para o norte da Antártica, ao longo da costa, em direção às águas tropicais no norte de Queensland. No entanto, as baleias costumam dar à luz nas águas mais quentes e só são vistos já em direção a sul, ao contrário do que aconteceu.
"É costume ver-se baleias mais atrás [no mar], mas estas aqui estavam exatamente onde as pessoas estavam penduradas nas suas pranchas", conta Josh, uma das testemunhas deste momento. "Acho que toda a gente nadou para dar uma olhadela. É o tipo de coisa da qual não te nunca te vais esquecer", remata.
"As baleias jubarte não apenas desempenham um papel essencial no seu ecossistema marinho, mas também representam um recurso económico importante, porque a observação de baleias é uma indústria em expansão em muitas cidades australianas e em todo o mundo." Quem o diz é Catharina Vendl, cientista e autora principal de um estudo publicado na revista Scientific Reports, que dá conta de que a migração destes mamíferos está a ficar enfraquecida.
Os investigadores da Universidade de New South Wales, em Sydney, descobriram que muitas baleias jubarte não estavam em ótima saúde quando voltavam da época de migração. A conclusão parte de uma análise a estes animais, a partir de um amostra semelhante ao muco de um nariz humano. O estudo aponta que há "significativamente menos" diversidade e riqueza microbiana na sua jornada para o sul.
A investigadora Catharina Vendl alerta: "é crucial monitorizar a saúde da população desta espécie icónica para garantir sua sobrevivência a longo prazo".