Alemão compara Trump a Hitler e deixa aviso a americanos

A mensagem tornou-se viral e irritou os apoiantes de Trump
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É a chamada Lei de Godwin e diz que à medida que uma discussão na internet progride aumenta a probabilidade de haver uma comparação com Hitler ou com o nazismo. Mas um alemão decidiu lançar a discussão no Twitter logo dessa forma, comparando o candidato republicano Donald Trump a Hitler. E conseguiu.

"Caros Americanos. Vão em frente, votem no tipo que fala alto, detesta minorias, ameaça prender os opositores, não quer saber da democracia e afirma que só ele pode resolver todos os problemas. O que pode correr mal? Boa sorte". A mensagem, partilhada por um alemão na sexta-feira, é assinada pelo "povo da Alemanha" e ainda acompanhada pela hashtag #beentheredonethat, ou seja, já experimentámos isso.

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A nota tornou-se viral, depois de ser partilhada por pessoas como a criador da saga Harry Potter, JK Rowling, que tem milhões de seguidores, e acabou por motivar artigos em jornais como o Huffington Post ou o The Washington Post. Motivou também alguns insultos e ameaças de morte ao autor, por parte de apoiantes de Trump.

O autor da nota, que usa o pseudónimo Johan Franklin, explicou ao jornal Huffington Post que é de facto alemão, mas vive na Califórnia, e negou ter qualquer relação com a campanha de Hillary Clinton, como chegou a ser acusado por apoiantes de Trump.

Numa segunda nota publicada no Twitter este domingo, Franklin acrescentou que "obviamente" não pode falar por toda a população alemã e que usou aquela frase para sublinhar o seu argumento. "Mas pelo que me dizem os amigos e a família em casa, e pelo que leio nos sites de notícias alemães e nos media sociais, muitos alemães estão muito assustados com a possibilidade de alguém que é obviamente um demagogo e um mentiroso ter tanto apoio. Sim, lembra-nos de algo que aconteceu aqui."

Ao Huffington Post confessou que ficou contente por ter tocado num ponto sensível e fomentado a discussão e acrescentou que as reações que teve foram sobretudo positivas. Disse ainda que escolheu o pseudónimo Johan Franklin porque a sua empresa lhe pediu, bem antes destas eleições, para não partilhar mensagens de teor político na internet.

O The Washington Post, por outro lado, questiona se a mensagem é um retrato fiel do que pensam os alemães destas comparações. "A resposta pode ser: sim e não. Ou "Jein", como diriam os alemães". Isto porque as comparações com Hitler não são encaradas de forma leviana na Alemanha, explica o artigo.

Os alemães também temem a generalização da comparação, tal como diz a Lei de Godwin, fazendo com que esta perca força nos casos em que faz sentido ou ainda que o alvo da comparação, neste caso Trump, acabe por ser mais beneficiado que penalizado.

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