Martina Angermann, do SPD, renunciou esta sexta-feira ao cargo de presidente da Câmara de Arnsdrof, na Alemanha, após ter recebido repetidas ameaças de elementos da extrema-direita. A autarca da cidade com cerca de 5 mil habitantes, que se localiza perto de Dresden, no leste da Alemanha, foi alvo nos últimos meses de ameaças de morte e de intimidação..A ministra da Justiça alemã Christine Lambrecht, também dos sociais-democratas do SPD, condenou já a série de acontecimentos que levaram à demissão de Angermann. "Quando as pessoas deixam de se envolver na comunidade por causa de ameaças e de uma campanha de difamação, a nossa democracia está em perigo", disse a ministra esta sexta-feira, citada pela Deutsche Welle. "Estou solidária com a autarca de Arnsdorf e com todos os que dedicam o seu tempo à nossa sociedade.".A perseguição começou em 2016 quando quatro homens atacaram um refugiado iraquiano, que sofria de doença mental, e o amarraram a uma árvore em Arnsdorf. Martina Angermann, 61 anos, condenou as ações e de imediato ficou na mira. Começou a receber ameaças de morte e mensagens de ódio de elementos de grupos de extrema-direita que se prolongaram no tempo..A presidente de Câmara acabou por meter baixa médica em fevereiro passado, depois de pedir insistentemente ao governo para aprovar leis mais duras contra crimes de ódio e extremismo. A ministra disse esta sexta-feira que o governo alemão tem esses planos em curso. Angermann renunciou agora ao cargo e pediu a reforma antecipada..Em reação, o SPD da Saxónia condena a perseguição e exige medidas. "Não devemos permitir que campanhas da extrema-direita questionem os nossos valores democráticos e coesão. Isto não deveria acontecer", disse o secretário-regional do SPD, Henning Homann, ao jornal Saechsische..Desde outubro que o partido de direita radical AfD procurava afastar Angermann do cargo. Em setembro, nas eleições regionais, o AfD tornou-se o segundo maior partido da Saxónia, levando os social-democratas de Angermann a cair para o quinto lugar.