Alarme nos EUA com a invasão de vespas asiáticas gigantes

Trata-se da vespa mandarina, diferente e muito maior que a velutina que tem andado por Portugal e Europa. Já são conhecidas nos Estados Unidos como as "vespas assassinas" mas especialistas relativizam o risco para humanos.

Uma vespa asiática gigante chegou aos Estados Unidos e está a gerar alarme, sobretudo sobre a população de abelhas já vulnerável, e muito debate nos últimos dias nas redes sociais, enquanto decorre o confinamento pela pandemia de coronavírus. É uma espécie diferente da que anda por Portugal e pela Europa, também originária da Ásia.

Dois espécimes da também chamada "vespa assassina", ou Vespa mandarina segundo a sua denominação científica, foram encontrados no estado de Washington no final do ano passado e, desde então, cientistas concentram-se em rastrear a presença de mais exemplares para erradicá-los.

O inseto é nativo da Ásia Oriental e do Japão e pode medir cerca de 5 cm, quase oito quando se leva em consideração a envergadura das asas. É corpulento e, com um veneno poderoso e uma mandíbula afiada, é capaz de invadir e "massacrar" uma colmeia de abelhas em questão de horas.

Em Portugal é a vespa velutina que aflige. É mais pequena e tem origem na China e Indonésia. Nos países europeus, a velutina é conhecida simplesmente por vespa asiática e muitas vezes confundida com a mandarina, muito maior e considerada mesmo a maior vespa do mundo. As abelhas são o alvo principal de ambas e não se pode dizer que sejam "assassinas" de humanos.

Karla Salp, porta-voz do departamento de Agricultura de Washington, afirma que "como a maioria das espécies invasoras, não há como saber como a vespa asiática gigante chegou à América do Norte".

"Existem várias teorias, mas todas são suposições e provavelmente nunca saberemos", acrescentou. Uma delas diz que vieram num contentor de carga por acaso.

Armadilhas foram colocadas em toda a região para capturar outras vespas que possam estar na área, para impedir que se espalhem na América do Norte e se estabeleçam permanentemente.

"Neste período de armadilhas e com a ajuda da educação pública e o incentivo para informar sobre avistamentos suspeitos, esperamos ter uma ideia melhor de onde estão para erradicá-las", considera Salp.

O único ninho encontrado até agora na América do Norte foi destruído em Nanaimo, ilha de Vancouver. "Os extensos estudos realizados no outono de 2019 não mostraram nenhum sinal de presença", afirmou Paul van Westendorp, apicultor da Columbia Britânica, no Canadá.

Chris Looney, entomologista do departamento de Agricultura de Washington, explicou que quando as vespas invadem uma colmeia, matam as abelhas, literalmente arrancando-lhes a cabeça com as suas garras.
Depois, ocupam o ninho por uma semana ou mais, alimentando-se de pupas e larvas.

O risco que representam para os humanos é significativamente menor. Estima-se que cerca de 50 pessoas morrem no Japão a cada ano por estes insetos.

"Geralmente não atacam as pessoas", disse Karla Salp. "Só atacam se se sentirem ameaçadas. Portanto, desde que não se mexa num ninho ou se aproxime de uma colmeia de abelhas que tenham vespas, há um risco muito baixo de ser picado."

A descoberta acrescenta outra preocupação quando há uma pandemia de coronavírus, que nos Estados Unidos já matou mais de 72.000 pessoas.

Nas redes sociais, as "vespas assassinas" entraram para os assuntos mais comentados. "A resposta nas redes sociais tem sido interessante", afirmou Karla Salp. "Raras vezes uma espécie invasora recebe tanta atenção nos meios. Esperamos que o resultado final seja que as pessoas se familiarizem mais com as espécies nativas e que possam relatar às autoridades caso vejam algo que lhes pareça suspeito."

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