"A doida da Omarosa foi despedida três vezes do Apprentice, agora foi a última vez", reage Trump

Presidente dos EUA reagiu nas redes sociais à divulgação pela ex-conselheira, Omarosa Manigault Newman, do áudio da reunião com o chefe de gabinete, na Situation Room, em que foi despedida.
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"A doida da Omarosa foi despedida três vezes no The Apprentice, agora foi despedida pela última vez. Nunca conseguiu, nunca vai conseguir. Suplicou-me para conseguir emprego, de lágrimas nos olhos. Eu disse OK. As pessoas na Casa Breanca odiaram-na. Ela era cruel mas não esperta", escreveu Donald Trump no Twitter.

O presidente dos EUA reagia assim na sua rede social preferida à divulgação pela sua antiga conselheira Omarosa Manigault Newman do áudio da reunião na Situation Room em que foi despedida pelo chefe de gabinete da Casa Branca, o general John Kelly.

O presidente prosseguiu ainda: "Raramente a via, mas ouvi coisas muito más. Má para as pessoas e faltava constantemente ao trabalho. Quando o general Kelly se juntou a nós disse-me que ela era uma fracassada que só dava problemas. . Disse-lhe para tratar disso se fosse possível, porque ela só disse coisas positivas de mim - até ser despedida!"

O desabafo de Trump no Twitter não se ficou por aqui. Admitindo saber que "não é presidencial" reagir a uma "canalha" como "a Omarosa Doida" e sublinhando que "preferia não ter de o fazer", o chefe do Estado americano explicou que "esta é uma forma moderna de comunicação e sei que os media das notícias falsas vão fazer tudo para que a Omarosa Doida pareça ter legitimidade".

E remata afirmando: "A Omarosa Doida já tem um acordo de confidencialidade assinado!"

Despedimento gravado

Uma das gravações divulgadas por Omarosa, feitas no smartphone, é do momento em que foi demitida pelo chefe de gabinete, John Kelly, na Situation Room, o local alegadamente mais seguro da Casa Branca. A conversa decorreu em dezembro de 2017, com Omarosa a deixar a Administração em janeiro.

"Chegou ao meu conhecimento nos últimos meses que houve algumas questões, na minha opinião, significativas a nível de integridade relacionadas contigo", ouve-se Kelly dizer na gravação, que Omarosa passou no programa Meet the Press, domingo à noite, na NBC. Em causa está o seu uso dos carros do governo e outros "assuntos de dinheiro", que compara a ofensas que, caso fosse militar, a levariam a tribunal marcial. Uma ameaça que reporta ao passado de Kelly, um general na reserva.

"Se fizermos disso uma saída amigável, podes olhar para o teu tempo aqui na Casa Branca como um ano de serviço à nação e depois continuar sem qualquer tipo de dificuldade no futuro em relação à tua reputação", diz o chefe de gabinete à então conselheira de Trump. "Há alguns assuntos legais que têm sido violados e estás sujeita a algum tipo de ação legal que esperamos, pensamos, podemos controlar", acrescenta, numa conversa que Omarosa considerou uma ameaça.

A antiga participante do programa The Apprentice, que era produzido por Trump, esteve no Meet the Press para promover o seu livro "Unhinged" ("Desvairado"), cuja saída está prevista para 14 de agosto. No livro, a antiga encarregada do Gabinete de Relações Públicas (a única afro-americana a trabalhar na Casa Branca ) acusa o presidente de ser "racista, intolerante e misógino".

A resposta da Casa Branca surgiu através da porta.voz, Sarah Huckabee Sanders. "A ideia de um funcionário infiltrar um dispositivo de gravação na Situation Room na Casa Branca mostra um flagrante desrespeito pela nossa segurança nacional - e depois gabar-se disso na televisão só prova ainda mais a falta de caráter e integridade dessa descontente ex-funcionária da Casa Branca", afirmou em comunicado.

Estudos bíblicos e reality TV

Nascida no Ohio em 1974, o pai de Omarosa foi morto quando ela tinha sete anos. Formada em Jornalismo no Ohio, foi para Washington fazer o doutoramento em Comunicação. Mas não chegou a defender a tese. Antes disse tinha frequentado o seminário de Wilberforce, no seu Ohio natal, onde teve aulas de Estudos Bíblicos.

Nos anos 90, Omarosa trabalhou no gabinete do vice-presidente Al Gore durante a Administração de Bill Clinton, passando depois para o Departamento de Comércio. Aí, acabou despedida por "não ter qualificações" para o cargo e "perturbar" o ambiente.

Mas foi em 2004 que os americanos ficaram a conhecer Omarosa, quando participou na primeira temporada do reality show The Apprentice, apresentado por Donald Trump. Depressa ganhou fama de vilã, mas isso não a impediu de ser a única concorrente do programa a regressar a versão com celebridades.

Da televisão passou de novo para a política, seguindo Trump na sua campanha para as presidenciais de 2016. Este acabou por a nomear conselheira quando chegou à Casa Branca. Mas, tal como no The Apprentice, também acabou despedida, só que desta vez foi o general Kelly e não Trump a dizer-lhe "You're fired!"

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